Polícia inviabiliza feira de saúde organizada por médicos grevistas

Polícia inviabiliza feira de saúde organizada por médicos grevistas

A Polícia da República de Moçambique (PRM) e juntamente com a polícia municipal da capital do país inviabilizou nesta terça-feira, a feira da saúde promovida pelos médicos moçambicanos que estão em greve desde o dia 10 de Julho.

Mais uma vez, segundo contou a classe médica, a polícia alegou “ordens superiores”.

Segundo a DW, os médicos tinham preparado todo o material para levar a cabo uma série de actos clínicos, numa feira da saúde que organizaram para dar cuidados aos cidadãos afectados há vários dias pela greve destes profissionais. Sucede que as autoridades municipais até haviam dispensado o material, mas a polícia ordenou o cancelamento do evento por “orientação superior”.

“Tivemos aqui a visita da PRM, acompanhada pela polícia municipal, a informar-nos que esta actividade não tinha autorização. O facto é que na semana passada nós tínhamos submetido o pedido junto da vereação de saúde municipal para realizar a actividade e foi autorizado para cá estarmos”, disse Napoleão Viola, um dos membros da Associação Médica de Moçambique (AMM).

Para este responsável, a atitude das autoridades policiais mostra que não há sensibilidade com o problema dos médicos, pois “parece que alguém está contra o facto de os médicos poderem prestar serviços à população moçambicana de forma gratuita e aberta, e infelizmente é uma situação que penaliza bastante a população”.

Estavam aqui muitos citadinos, principalmente daqui da área de Zimpeto”, comentou Napoleão Viola.

Os médicos no local faziam consultas e levavam a cabo vários rastreios, como o teste ao HIV/SIDA, e a medição da tensão arterial, por exemplo. Muitos destes actos clínicos estão actualmente interrompidos nos hospitais por causa da greve destes profissionais.

Entretanto, os médicos acreditam ter havido um mal-entendido que precipitou a actuação da polícia, uma vez que os médicos usavam roupa com mensagens a indicar que estavam em greve, mas a prestar serviços mínimos.

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