Oposição denuncia participação de chineses na campanha eleitoral da Frelimo em Manica

Oposição denuncia participação de chineses na campanha eleitoral da Frelimo em Manica

Os principais partidos na oposição em Moçambique, criticam a aparição pública, na cidade de Chimoio, de um grupo de chineses a fazer campanha eleitoral e a oferecer material de propaganda ao partido Frelimo, no poder, e alertam que a atitude pode colocar em causa a soberania do país.

Uma publicação da VOA, refere um vídeo que circula nas redes sociais, onde uma cidadã chinesa e, por sinal, porta-voz da Associação de Chineses de Manica, de nome Cai Mary,  aparece vestida de um colete e boné do partido Frelimo a falar de uma troca de favores com material de propaganda eleitoral.

“O vídeo foi filmado durante a pré-campanha, nos arredores da cidade de Chimoio, mas em vários momentos da campanha ainda foi notada a participação de cidadãos chineses”, refere a mesma publicação.

Entretanto, a Renamo e o MDM em Manica dizem que o aparecimento e apoio público daquele grupo de cidadãos interfere nos interesses de um estado de direito democrático, na medida em que a troca de favores, geralmente é em prejuízo da população.

Para António Cigarette, porta-voz da campanha do MDM, “isto não é normal. Este grupo chinês faz campanha a favor da Frelimo, porque beneficia-se de algumas minas ou florestas para exploração de madeira”.

Cigarette diz que a campanha eleitoral em curso “é desproporcional” por causa daquele tipo de favores.

Por sua vez, Manuel Macocove, porta-voz da campanha da Renamo, considera a participação de cidadãos chineses uma ingerência nos assuntos do Estado moçambicano.

“Pelos favores que fazem à China estão a receber muito antes do desembolso de fundos pela Comissão Nacional de Eleições. Isso mostra as fragilidades do nosso país e das nossas instituições”, favorecendo a manter-se no poder o partido que governa o país desde a independência em 1975, precisa Macocove.

“Nós achamos que isso não pode continuar assim, porque fere com a nossa soberania. A partir da altura em que existem recursos que são oferecidos a determinados partidos em nome do Governo a soberania está beliscada”, enfatiza Macocove.

Refira-se que a participação de chineses na campanha da Frelimo ocorre numa altura em que a relação entre Moçambique e China cresce. O país asiático também se apresenta como um dos principais credores.

 

(Foto DR)

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