Ao todo são cerca de 3,1 mil milhões de dólares que as Nações Unidas e a Fundação Bill Gates irão disponibilizar nos próximos cinco anos para que mulheres e raparigas em todo o mundo tenham acesso a planeamento familiar.
A informação foi anunciada pela parceria Family Planning 2030 que reúne diversas organizações civis para proteger os direitos reprodutivos das mulheres e raparigas, através de um comunicado.
A parceria Family Planning 2030 refere que o compromisso financeiro foi alcançado num evento que marcou o lançamento de uma nova década do programa, a FP2020 lançada em 2012 – e resulta sobretudo das doações do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), que prometeu 1,7 mil milhões de dólares nos próximos quatro anos, e da Fundação Bill e Melinda Gates, que doará 1,4 mil milhões de dólares ao longo dos próximos cinco anos.
A Federação Internacional para a Parentalidade Planeada (IPPF, na sigla em inglês) e a Fòs Feminista, uma plataforma internacional de organizações que defendem os direitos reprodutivos das mulheres e meninas, também se comprometeram com doações.
A FP2030 aplaude ainda compromissos assumidos por vários governos africanos, incluindo o Benim, o Burkina Faso, a Etiópia, a Guiné-Conacri, o Quénia, Madagáscar, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Tanzânia, Togo e Uganda.
Segundo a FP2030, citado pela Lusa, o número de atores comprometidos com os objectivos da parceria aumentou assim para 46.
Burkina Faso comprometeu-se a garantir a disponibilidade e acesso a informação de qualidade sobre saúde reprodutiva e serviços adaptados às necessidades das adolescentes e jovens em 100% das unidades públicas de saúde até 2025, enquanto a Etiópia prometeu aumentar o financiamento para os serviços de planeamento familiar e definiu a meta de reduzir a gravidez adolescente de 12,5% para 7% até 2025 e para 3% até 2030.
Por sua vez a Guiné-Conacri irá aumentar substancialmente a disponibilidade, qualidade e acessibilidade dos serviços de planeamento familiar para garantir que até 2023 estejam disponíveis em 90% das unidades de saúde públicas. O Quénia quer aumentar a taxa de prevalência do uso de contracetivos modernos de 58% para 64% das mulheres casadas até 2030.
A Nigéria prometeu aumentar o financiamento do planeamento familiar, alocando um mínimo de 1% dos orçamentos nacional e estatal para a saúde para financiar o planeamento familiar até 2030.
A Tanzânia vai reduzir a taxa de gravidez adolescente de 27% para 20% até 2025 e a aumentar a taxa de prevalência do uso de contracetivos modernos para todas as mulheres de 32% em 2019 para 47% até 2030. enquanto o Uganda prometeu alocar 10% dos recursos da saúde materno-infantil para os serviços de saúde reprodutiva adolescente até julho de 2025 e a aumentar o uso de contracetivos modernos de 30,4% em 2020 para 39,6% até 2025.
Desde o seu lançamento em 2012, sublinha-se no comunicado, a FP2020 contribuiu para aumentar o número de pessoas que usam contracetivos em 60 milhões em nove anos, duplicando o número de utilizadores de contraceção moderna em 13 países de baixo rendimento, prevenindo mais de 121 milhões de gravidezes indesejadas, 21 milhões de abortos inseguros e 125.000 mortes maternas só em 2019.
Fonte Lusa