Nações Unidas dizem não haver dinheiro para pagar desmobilizados da RENAMO

O enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas a Moçambique, Mirko Manzoni, disse, esta sexta-feira, que “não há recursos” para pagar pensões a guerrilheiros desmobilizados do partido Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), na sequência do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), assinado em 2019, entre o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o presidente do partido Renamo, Ossufo Momade.

“Não podemos pagar pensões sem estar preparados e sem recursos”, declarou Manzoni ao canal privado STV, na Serra da Gorongosa, em Sofala, no centro de Moçambique.

Mirko Manzoni disse que “o assunto das pensões, que está a ser negociado há três anos, não é fácil”, assegurando que “estão a ser feitos trabalhos para saber como buscar os recursos” para que os desmobilizados sejam “integrados no sistema de pensões”.

O enviado especial de António Guterres garantiu estarem em curso acções de todos os parceiros envolvidos no processo negocial para encontrar “uma solução sobre as pensões”, alertando que ela deve ser “sustentável”, na medida em que os “os recursos serão moçambicanos”.

Após entregarem as armas, os guerrilheiros recebem um subsídio durante um período de alguns meses e depois são fixadas pensões.

O Governo atribuiu terrenos e doou materiais de construção a antigos combatentes da Renamo a fim de erguer casas, mas os visados optaram por vender os materiais para suprir a falta de alimentos básicos, segundo a Deutsche Welle.

Na segunda-feira, o Presidente da Renamo, Ossufo Momade, disse haver um “incumprimento sistemático do acordo de paz pelo Governo”, fazendo menção ao facto de os desmobilizados “continuarem a aguardar pela fixação das pensões”, uma questão que tem sido recorrentemente levantada pelo partido.

O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional assinado a 06 de Agosto de 2019.

Segundo a Renamo, já foram desmobilizados 4.001 (80%) combatentes dos 5.254 previstos. (Sapo; DW)

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