Um grupo de peritos da República da Coreia reuniu-se hoje (14), em Maputo, com o Governo moçambicano num seminário de partilha de conhecimento para a massificação do uso de gás veicular no País. O projecto é visto pelo Governo moçambicano como uma oportunidade, pois o encontro acontece numa altura em que Moçambique se depara com os problemas de importação de combustíveis.
Falando na abertura do seminário, o Embaixador da República da Coreia, Bok-won Kang, começou por destacar que o seu país sente orgulhoso por apoiar a massificação do uso do gás veicular em Moçambique, pois “ao longo dos anos, vários segmentos de empresas já apoiaram o País em diferentes projectos, incluindo na bacia do Rovuma”.
“Estamos também felizes em poder prestar o nosso apoio para garantir que os benefícios reais possam efectivamente servir a população. Este projecto visa desenvolver uma estratégia natural para o uso do gás natural no sector dos transportes. A República da Coreia, em particular, começou uma jornada semelhante nos anos 2000”, afirmou Bok-won Kang.
O diplomata da República da Coreia, acrescentou ainda que os programas semelhantes implementados no seu país foram coroados de êxito, porque algumas instituições e agências do Governo estiveram a trabalhar em estreita colaboração de tal forma que conseguimos criar as infra-estruturas necessárias. Por isso, “aguardamos com enorme expectativa de poder trabalhar lado a lado com o Governo de Moçambique e alcançar resultados frutíferos”.
Por sua vez, o Governo moçambicano, representado pelo Secretário Permanente do Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), António Manda, enalteceu a iniciativa do evento organizado pela KOTRA – secção comercial da Embaixada da Coreia do Sul, afirmando que o programa se reveste de grande importância para o sector dos transportes em Moçambique, tendo em conta os desafios que o País enfrenta na importação dos combustíveis líquidos fósseis.
“Reconhecemos que o uso de gás veicular ainda não está massificado no nosso País tendo em conta a insuficiência de infra-estruturas, com destaque dos postos de abastecimento bem como os desafios na conversão de viaturas a diesel ou gasolina para o gás veicular”, assumiu o governante.
Actualmente, o País conta com apenas seis postos de abastecimento de gás natural veicular, 400 postos de conversão de viaturas e cerca de 4000 viaturas que usam o gás natural como combustível e tudo está concentrado na cidade e província de Maputo.
Segundo o Governo, o desafio é expandir as infra-estruturas, numa primeira fase, para o resto das províncias da zona sul do País, estabelecendo um corredor de Maputo a Inhambane tendo em conta a existência do gasoduto de Temane e Secunda e a produção do gás pela petroquímica sul-africana Sasol e posteriormente para os outros pontos de Moçambique. Para esta expansão de massificação do uso de gás veicular, o Executivo avançou já dispor de 5 milhões de dólares.
“Estamos a falar com os nossos parceiros para a expansão dos postos de abastecimento do gás veicular, no entanto precisamos de mais investimentos. O projecto vai iniciar ainda este ano”, avançou o Secretário Permanente do MIREME.
(Foto DR)
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