Os campos de gás natural descobertos ao largo de Moçambique representam uma enorme oportunidade para o desenvolvimento do país africano, afirmou a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, durante a visita ao chefe do grupo italiano de energia Eni.

Falando após uma reunião com o Presidente Filipe Nyusi, Meloni disse que a Eni, controlada pelo Estado, é o melhor exemplo da cooperação económica entre Itália e Moçambique.

“Concordamos com o Presidente de Moçambique que os campos descobertos ao largo da costa norte de Moçambique são uma enorme oportunidade para o desenvolvimento desta nação e também para fortalecer o nosso relacionamento”, disse Meloni citada pela Reuters.

Estima-se que o campo de gás localizado na bacia offshore do Rovuma, em Moçambique, denominado campo Coral, contenha 500 mil milhões de metros cúbicos de gás natural.

A Eni é a operadora do projecto flutuante de gás natural liquefeito (GNL) Coral South, que tornou o país empobrecido um produtor e exportador global de GNL a partir de Novembro.

O grupo italiano possui conjuntamente mais de dois terços do projecto, juntamente com a Exxon Mobil e a chinesa CNPC.

A empresa energética portuguesa Galp GALP.LS, a Korean Gas Corp. e a petrolífera estatal moçambicana ENH são os parceiros minoritários com 10% cada.

Segundo fontes citadas pela Reuters a Eni espera chegar a uma decisão final de investimento num segundo projecto flutuante de GNL para explorar o campo Coral até ao final de Junho do próximo ano.

Meloni disse também que 70% do fundo climático da Itália, ou cerca de 3 mil milhões de euros (3,16 mil milhões de dólares), serão reservados para África.

“A Europa tem um problema de abastecimento de energia, enquanto a África é potencialmente um grande produtor de energia. Se juntarmos as duas coisas, podemos construir um futuro diferente de cooperação entre os nossos continentes em matéria de energia, mas… também em matéria de matérias-primas”, disse o primeiro-ministro.

Refira-se que a Itália acolherá uma conferência Itália-África no início do próximo ano, disse Meloni, acrescentando que o governo apresentará a sua nova estratégia de cooperação para o continente durante a conferência.