Energia para todos? Metade dos moçambicanos vive sem electricidade – INE

Energia para todos? Metade dos moçambicanos vive sem electricidade – INE

O Instituto Nacional de Estatísticas (INE) revelou que metade da população moçambicana ainda vive fora de qualquer cobertura eléctrica, sendo que 20% dos que têm conseguem-na através de fontes solares para domicílios.

De acordo com a Lusa (via RTP), que cita o Inquérito sobre o Impacto do Acesso à Energia Sustentável em 2022, concluído este mês, 50,1% dos mais de 6,3 milhões de agregados familiares do país tinha acesso a uma ligação de eletricidade. Desse total, 32% tinha o acesso através da rede eléctrica nacional e 18,1% através de outras fontes.

Neste sentido, o percentual de famílias sem ligação à rede e demais soluções de energia eléctrica é de 49,9. E, as zonas rurais apresentam a pior situação sendo onde se verificam 86,8% sem luz, destacando as províncias de Tete (84,7%) e na Zambézia (83,3%).

De acordo com o documento, 85,5% dos que conseguem energia nas zonas rurais fazem-no através de fontes solares, 74,9% recorre a baterias recarregáveis e 71,4% a baterias de células secas, face à área urbana, que usa electricidade da rede nacional (72,2%) e gerador eléctrico (58,3%).

Nas famílias que têm acesso a electricidade em casa por outras fontes que não a rede nacional ou local, dominam as soluções por baterias de células secas (47,1%), seguindo-se a energia solar para autoconsumo (19,4%), além de baterias recarregáveis (1,8%) e geradores (0,5%).

Sobre o perfil energético de Moçambique, o INE refere que o país tem um potencial de produção de energia eléctrica instalada de 2.966 Megawatts, sendo a principal fonte de produção a hídrica e representando a energia renovável 77% da capacidade total.

“A produção a partir do gás natural é a principal fonte das energias não renováveis, contribuindo com cerca de 10% da produção global. Em Moçambique, 50% da energia produzida é exportada para os países vizinhos, sendo a República da África do Sul o principal destino, com um peso de cerca de 80,0% das exportações”, aponta ainda o estudo do INE.

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