Energia: Cinco países africanos incluindo Moçambique destacam-se

Além de Moçambique (único falante da língua portuguesa), Camarões, Guiné-Conacri, Quénia, e Tunísia foram outros países que se destacaram no recém-terminado Africa Energy Marketplace (Mercado Africano de Energia).

O evento reuniu governos, sector privado e parceiros de desenvolvimento, para destacar projetos estratégicos e as principais reformas do sector energético. As propostas dos países também enfatizaram, entre as suas principais prioridades, o aprofundamento da dimensão dos recursos renováveis.

Os cinco países africanos, apostam para as renováveis e destacaram-se ao apresentar propostas importantes de investimento.

Africa Energy Market Place trata-se de uma plataforma de investimento colaborativa criada pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) como parte da Nova Estratégia Energética para África (New Deal on Energy for Africa), a parceria transformadora para iluminar e impulsionar a África, de acordo com as 5 prioridades estratégicas do BAD.

O tema do quinto Africa Energy Marketplace, realizado virtualmente recentemente concentrou-se em identificar oportunidades em toda a cadeia de valor da energia: “Resolver estrangulamentos e desbloquear investimentos nos Camarões, Guiné-Conacri, Quénia, Moçambique e Tunísia”.

Moçambique

António Saíde, CEO do FUNAE (Fundo de Energia de Moçambique) anunciou que o governo tinha lançado recentemente o primeiro convite à apresentação de candidaturas para iniciativas de minirredes verdes, ao abrigo do programa BRILHO.

Este programa visa acelerar o mercado de energia “fora da rede” em Moçambique, fornecendo a empresas selecionadas uma combinação única de financiamento estruturado e não reembolsável e apoio técnico especializado, para diminuir o risco do modelo de negócio e alcançar retornos comerciais competitivos assim como fornecer soluções de energia “fora da rede” para mercados de baixo rendimento.

Camarões

Os Camarões anunciaram que tinham lançado uma agência para gerir o sistema público de transmissão de eletricidade, a Sociedade Nacional de Transporte de Eletricidade, ou SONATREL, para apoiar a sua visão de atrair investimentos de cerca de 10,6 mil milhões de dólares para alcançar os seus objetivos energéticos.

“Se formos capazes de desenvolver infraestruturas de transmissão robustas, devemos ser capazes de alcançar o acesso universal à eletricidade”, disse Gaston Eloundou Essomba, o ministro da Água e Energia do país, citado pelo Mercados Africanos.

A mistura energética planeada nos Camarões é 80% hídrica, 14% de gás, e 6% de energia solar, eólica e de biomassa.

Guiné-Conacri

Sékou Sanfina Diakite, Secretário-Geral do Ministério da Energia da Guiné-Conacri, disse que o seu país está pronto a tornar-se um centro de comércio de eletricidade na região, graças a diferentes projetos de interligação atualmente em construção no país. O país pretende tornar-se completamente dependente da energia hídrica e solar.

O objetivo da Guiné-Conacri é exportar eletricidade na sub-região, delineando o plano lançado pelo Pool Energético da África Ocidental para estabelecer a Eletricidade da Guiné-Conacri como operador do sistema de transmissão para a Zona 5 da região, que inclui a Serra Leoa e a Libéria.

Quénia

Nas discussões sobre o Quénia, as questões centrais incluíram a necessidade de reequilibrar urgentemente os riscos nos acordos de compra de energia, que resultaram em tarifas elevadas para os utilizadores finais, os pedidos para aceleração das reformas e os modelos para generalizar o acesso à eletricidade.

Mark Carrato, coordenador do programa Power Africa da USAID, disse que o Quénia tinha potencial para atrair diversas fontes de investimento. “Uma linha de transmissão essencial com um maior retorno atrairia fundos de pensões nacionais, e há por aí carradas de dinheiro que não temos explorado o suficiente”.

Tunísia

Mais a norte, o Plano Solar Tunisino tornou-se uma parte fundamental dos planos de recuperação da Tunísia.

“É imperativo restaurar a independência energética da Tunísia, uma vez que o país tem testemunhado défices crescentes – e caros – no seu equilíbrio energético ao longo das últimas duas décadas”, disse Belhassen Chiboub, o diretor-geral do ministério da Energia.

Para resolver este problema, o governo lançou o Plano Solar Tunisino em 2017 e estabeleceu uma meta de 3,8GW para a capacidade total instalada de energia renovável até 2030, o que equivale em aumentar dez vezes a capacidade, a um custo anual estimado em cerca de 400 milhões de dólares.

Fonte: MA

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