Detido jovem na posse de órgãos humanos no centro do país

A Polícia da República de Moçambique (PRM) deteve um jovem na posse de vários órgãos humanos no centro do país, disse ontem à Lusa fonte da corporação.

O homem de 18 anos terá atacado até à morte o guarda privado de uma residência no distrito de Vanduzi, antes de retirar parte dos órgãos que disse terem sido “encomendados pelo patrão”, que é também procurado, disse Mário Arnaça, porta-voz da polícia.

O nome do detido já esteve associado a tentativas de rapto de menores e casos de tráfico de órgãos, abortados pela polícia, em Manica.

Desta vez, o suspeito diz que foi contratado “para procurar órgãos humanos” e aliciou o guarda com bebidas alcoólicas, levando-o embriagado para a residência onde trabalhava, consumando o crime na noite de quarta-feira.

Aquela versão dos factos foi contada pelo próprio à polícia na presença dos pais, descrevendo o patrão como um cidadão de nacionalidade bengali perante o qual queria com os órgãos saldar uma dívida de 55 mil meticais que resultou do desaparecimento de materiais de construção.

Ou seja, para ser ilibado do crime de roubo e saldar a dívida, “o bengali disse para eu matar uma pessoa e levar a cabeça e pulmões”, precisou.

A situação já tem antecedentes na província de Manica e está habitualmente ligada a feitiçaria e outras práticas de enriquecimento ilícito.

Em Abril, uma pessoa morreu durante tumultos provocados por centenas de pessoas que saíram à rua e destruíram duas residências de um comerciante local, por o considerarem suspeito de ter raptado duas filhas dos seus empregados.

A desconfiança surgiu depois de a população ter encontrado o que considerou ser parte de órgãos humanos guardada em dois frigoríficos.

A agitação levou a confrontos com a polícia que, entretanto, tentava dispersar os manifestantes.

Em 2020, a Polícia reactivou o alerta sobre o tráfico humano na província de Manica, após abortar três casos de tentativa de tráfico de crianças numa semana.

As autoridades judiciais colocaram a região em “alerta vermelho” em 2012, ao considerar “alarmante” a subida do número de casos de tráfico de pessoas e de órgãos humanos.

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