UNESCO e Netflix tencionam descobrir novos cineastas africanos

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a Netflix pretendem descobrir uma nova geração de cineastas em África. As instituições lançaram esta quinta-feira uma competição que vai avaliar propostas de sinopses e o currículo dos candidatos.

“Queremos encontrar novas formas corajosas, inteligentes e surpreendentes de contar alguns dos mais amados contos tradicionais de África e partilhá-las com fãs de entretenimento pelo mundo”, lê-se no comunicado da UNESCO.

A nota refere que os interessados devem submeter as sinopses e os currículos até 14 de Novembro. Os vencedores terão a oportunidade de participar em formações e receber conselhos de profissionais da indústria. Além disso, vão beneficiar de um orçamento de produção de 75 mil dólares para criar curtas-metragens. Estas produções vão estrear na Netflix já no próximo ano como uma ‘Antologia de Contos Africanos'”. Para além do orçamento de produção, cada um dos seis vencedores vai receber 25 mil dólares

A produção de obras cinematográficas está a crescer em África, graças às tecnologias digitais, mas o potencial económico da indústria permanece “largamente inexplorado”. Nesses termos, África é o “continente mais mal servido” no que se refere à distribuição de filmes, notou o Vice-Director-geral Ernesto Ottone, num relatório.

Na apresentação do relatório destacado-se o caso de ‘Nollywood’ (a indústria cinematográfica nigeriana) onde anualmente se realizam cerca de 2.500 filmes. ‘Nollywood’ permitiu o aparecimento de uma indústria local de produção e difusão com o seu próprio modelo económico, que é privado.

“Ao contrário de ‘Nollywood’, a produção cinematográfica africana está a lutar para encontrar um modelo económico que garanta um crescimento sustentável. Principalmente, devido à dimensão e inadequação dos mercados nacionais”, afirmou Ottone.

“As receitas geradas pelo sector audiovisual na maioria dos Estados africanos vão para interesses estrangeiros”, acrescentou.

Ottone disse que a indústria “emprega cerca de cinco milhões de pessoas e representa cerca de quatro mil milhões de euros do PIB [Produto Interno Bruto]” de todo o continente.

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