“Sasol está obrigada a criar emprego e oportunidades para empresas moçambicanas” – ministro

O ministro dos Recursos Minerais e Energia disse esta quinta-feira que a multinacional sul-africana Sasol “está obrigada” a criar emprego e oportunidades de negócios para as empresas moçambicanas nos seus projectos de gás natural em Moçambique.

“O Governo aprovou o plano de desenvolvimento do projecto [de produção de gás natural a iniciar em 2024] e uma das componentes em que a Sasol está obrigada a cumprir é o desenvolvimento do conteúdo local”, afirmou Max Tonela.

Tonela falava à comunicação social após a visita aos locais onde a petroquímica sul-africana está a abrir novos furos e a reabilitar outros antigos de extração de gás natural nas jazidas de Pande e Temane, província de Inhambane, sul de Moçambique.

No âmbito de um novo Acordo de Produção Partilhada com a Sasol, o executivo moçambicano quer que a empresa contrate mais mão-de-obra local e promova mais oportunidades para empresas moçambicanas.

“Acordámos que nos próximos três anos o nível de participação das empresas moçambicanas nas oportunidades criadas pela Sasol deve passar de 50% para 70%”, assinalou.

Por outro lado, a companhia abriu junto da banca nacional uma linha de crédito a favor das empresas que vão prestar bens e serviços ao novo projecto de desenvolvimento de gás natural na província de Inhambane, segundo a fonte.

A companhia, prosseguiu, vai igualmente intensificar a formação técnico-profissional da mão-de-obra local visando permitir que a juventude da província de Inhambane tenha acesso ao emprego.

Max Tonela avançou que o Governo e a Sasol começaram nesta quinta-feira reuniões regulares de monitorização do grau de observância dos compromissos que a empresa assumiu no âmbito do chamado “conteúdo local”, conceito que define mão-de-obra e oportunidades de negócios para os moçambicanos. 

O governante considerou que um maior compromisso das multinacionais da indústria extractiva será um contributo importante para a mitigação de “tensões” entre as empresas e as comunidades residentes nas áreas de implantação dos megaprojectos.

“As populações reclamam um contributo mais directo e mais visível que o projecto deve deixar na zona de implantação”, assinalou.

Em Julho deste ano, um grupo de jovens do distrito de Inhassoro, onde a Sasol atua, bloqueou a Estrada Nacional 1 (EN1) por algumas horas, em protesto contra a alegada exclusão das comunidades locais.

Os empreendimentos da Sasol em Moçambique vão alimentar a maior central térmica a construir no país com 450 megawatts, uma linha de transporte de energia eléctrica entre Inhambane e Maputo com mais de 560 quilómetros e três subestações com um custo superior a 600 milhões de dólares.

Max Tonela destacou que o projecto vai igualmente compreender a produção de gás de cozinha favorecendo novas relações entre empresas e cadeias de valor.

Na fase de construção, o novo empreendimento da Sasol vai empregar no pico 6 500 trabalhadores e na etapa de operação 714 empregos.

As obras de construção do novo projecto da Sasol em Inhambane vão terminar em 2024, devendo a produção de gás natural arrancar nesse ano.

A Sasol explorava reservas de gás desde 2004 em Temane e Pande com gasodutos para a África do Sul e Maputo, alimentando ainda a central eléctrica moçambicana de Ressano Garcia, junto à capital e na fronteira com a África do Sul.

JICA Treina Comunidades em Técnicas de Construção Resiliente às Mudanças Climáticas

A Agência Japonesa de Cooperação Internacional (JICA) está a treinar as comunidades da cidade da Beira, em Sofala, sobre a construção de casas resilientes às mudanças climáticas.

A formação, que vai durar três meses, enquadra-se no processo de reconstrução pós-ciclones e baseia-se numa técnica de construção com recurso à madeira.

Numa primeira fase, participam na formação vinte carpinteiros, que têm a missão de fazer a réplica nas comunidades.

O vereador de Gestão Urbana e Equipamentos no Conselho Municipal da Beira, Manuel Joaquim, sublinha que os ciclones Idai e Eloíse mostraram a necessidade de se apostar na construção de infra-estruturas resilientes.

Agência Lusa

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