Roubos e ineficiência tiram 100 milhões de dólares de faturação anual à EDM

Roubos e ineficiência tiram 100 milhões de dólares de faturação anual à EDM

O presidente da Electricidade de Moçambique (EDM), Marcelino Gildo, disse esta quinta-feira que a empresa perde todos os anos 100 milhões de dólares, devido ao roubo de energia e ineficiência da rede.

“O problema está nas perdas não técnicas, que derivam do roubo de energia, o roubo de energia é que representa uma grande parte das perdas”, afirmou Marcelino Gildo.

Marcelino Gildo falava após a inauguração do sistema de electrificação do posto administrativo de Itepela, distrito de Ngaúma, província de Niassa.

O “roubo” de energia consiste em desativar o sistema de contagem do consumo deste recurso, fazendo uma ligação direta entre os postes de distribuição e a instalação da residência ou outro tipo de construção do utente.

O presidente da EDM avançou que a empresa alcança anualmente uma faturação de 600 milhões de dólares.

Para estancar o roubo de energia, continuou, a aposta passa pela montagem dos chamados contadores inteligentes, que são colocados fora das habitações e no topo dos postes de distribuição, ficando inacessíveis aos consumidores que pretendam a adulteração da contagem.

Marcelino Gildo não especificou o montante de perdas derivadas de roubo, avançando que uma parcela menor de desperdício de energia resulta de deficiências da infraestrutura da rede elétrica nacional.

“Temos um programa de redução de perdas de 2%, todos os anos. Nos próximos quatro anos, vamos reduzir 8% de perdas e estamos a trabalhar muito bem, tanto que do ano passado até agora já conseguimos reduzir 2% de perdas”, sustentou Marcelino Gildo.

Aquele gestor avançou que a empresa está focada em contribuir para que o país alcance a meta de acesso universal à energia até 2030 preconizada pelas Nações Unidas.

“Agora estamos concentrados no Programa Energia para Todos, que contempla a eletrificação de todos os moçambicanos até 2030”, enfatizou.

Actualmente, prosseguiu, a luz chega a 40% da população moçambicana, com 36% a receber da rede nacional e cerca de 4% através de fontes alternativas.

O Presidente da República, Filipe Nyusi, disse esta quinta-feira, durante a inauguração do sistema de energia elétrica em Itepela, que a expansão da rede eléctrica nacional é uma das formas de combater as desigualdades sociais e assimetrias regionais no país, porque promove e distribui prosperidade por todos os moçambicanos.

“Alargar o acesso à energia eléctrica e outros serviços básicos é também uma forma de combater a pobreza, porque a miséria não se combate distribuído dinheiro”, declarou Filipe Nyusi.

A infraestrutura inaugurada esta quinta-feira em Itepela vai beneficiar 20 mil consumidores deste posto administrativo.

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