As reservas internacionais de Moçambique estão em queda desde 2021, mas ainda cobrem 4,3 meses das necessidades estimadas de importações, acima do valor recomendado, divulgou hoje o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O FMI reconhece o impacto dos “altos custos” com a importação de combustíveis nas reservas internacionais de Moçambique, tendo em conta o fornecimento de divisas aos principais importadores de combustíveis.
“Ao mesmo tempo, as importações não relacionadas com mega-projectos aumentaram significativamente nos últimos dois anos, diminuindo ainda mais a cobertura de importações das reservas”, aponta-se no documento.
Em Janeiro último, o Banco de Moçambique aumentou o rácio de reservas obrigatórias para depósitos à ordem, estrangeiros, de 11,5% para 28%, e em Abril reduziu o fornecimento aos importadores de combustível de 100% para 60%, recorda o FMI no relatório divulgado hoje.
O anúncio da aprovação desta revisão ao ECF pelo FMI foi feito em 06 de Julho, garantindo então um desembolso de 60,6 milhões de dólares a Moçambique, hoje confirmado no relatório da instituição.
Na nota que acompanhou o anúncio da segunda revisão do programa aprovada em maio de 2022, e que eleva o valor total já recebido por Moçambique para 212,09 milhões de dólares, num total de 456 milhões de dólares, o FMI diz que permitiu a não observação de dois critérios: o saldo orçamental primário no final do ano passado e a acumulação de dívidas externas por parte do sector público.
Nas previsões macroeconómicas para este ano, o FMI prevê uma aceleração do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique, de 4,2% em 2022, para 7% este ano, antecipando que no final do ano a inflação tenha descido de 10,3% para 6,7%, o mesmo que em 2021, mas ainda assim quase o dobro dos dois anos anteriores.
O rácio da dívida em função do PIB deverá manter a trajectória descendente, e chegar ao final deste ano nos 89,7%, melhorando face aos 95,5% do PIB registados no ano passado. (rtp)
Deixe uma resposta