Produtores de café defendem protecção fiscal para fortalecer cadeia de valor

Produtores de café defendem protecção fiscal para fortalecer cadeia de valor

A Associação Moçambicana de Cafeicultores (AMOCAFE) defende a introdução de medidas fiscais que valorizem a produção nacional e protejam os investimentos feitos no sector produtivo face à concorrência do café importado.

A ideia foi apresentada por Jenaro Lopez, presidente da AMOCAFE, à margem da Feira do Café que decorreu há dias em Maputo. A ideia visa introduzir mecanismos fiscais que favoreçam o café nacional no mercado interno, tornando-o mais competitivo.

“Achamos que precisamos avançar para uma regulamentação que faça com que o importador pague mais, em termos de impostos, para poder entrar em Moçambique. Isso ajudaria a proteger o café nacional e a fomentar a cadeia de valor desta cultura no País”, afirmou Lopez, citando o exemplo de outros sectores que registaram crescimento após a introdução de políticas de protecção.

Segundo uma publicação da Revista Terra, apesar do crescimento progressivo da produção, o café moçambicano continua com presença limitada nas prateleiras dos supermercados, num mercado amplamente dominado por marcas importadas.

“Precisamos promover o hábito de consumo de café entre os moçambicanos e incentivar os grandes supermercados a colocarem o produto nacional nas prateleiras. O consumo interno ainda é muito reduzido”, lamentou o presidente da AMOCAFE.

Para a associação, a colheita deste ano deverá render entre 80 e 90 toneladas de café, o que representa um crescimento superior a 50% em comparação com a época anterior.

Actualmente, Moçambique conta com 300 hectares de café em produção activa e outros 1000 hectares em fase de plantio. A expectativa é que, dentro de cinco anos, a área produtiva ultrapasse os 5000 hectares.

A cultura do café sustenta cerca de 2200 famílias, sobretudo nas regiões Centro e Norte do País, assumindo importância crescente como fonte de rendimento e desenvolvimento rural.

Os produtores alertam, contudo, que o crescimento sustentável do sector depende de um compromisso firme por parte das autoridades em garantir um ambiente de mercado justo e competitivo para o café nacional.

 

(Foto DR)

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