O Massacre de Wiriyamo perpetrado por tropas coloniais portuguesas ocorreu há 50 anos, no sábado de 16 de Dezembro de1972, na província de Tete, e vitimou mais de 500 civis moçambicanos, entre idosos, mulheres grávidas e crianças, que supostamente forneciam mantimento aos soldados da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).
Esta sexta-feira, o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, citado pelo “Público” numa rede social, terá dito que “é tempo de assumirmos Wiriyamo”. A publicação destaca o facto de ser o primeiro PR a assumir o massacre, e recorda que, em Setembro deste ano, o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, lamentou o facto “indesculpável” e que desonra a história de Portugal.
Ainda ontem, no parlamento português, o deputado do partido “Chega!”, André Ventura, criticou o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, por ter pedido perdão pelo massacre. Augusto Santos Silva justificou o pedido de desculpas porque “não se pode pactuar com massacres”.
Passam hoje 50 anos do massacre de #Wiriamu, em Moçambique. Devemos honrar as vítimas e também saudar os capitães de Abril que nos libertaram do regime que o cometeu. pic.twitter.com/uucsVpJUmJ
— Augusto Santos Silva (@ASantosSilvaPAR) December 16, 2022
O Massacre de Wiriyamo foi denunciado às Nações Unidas, seis meses depois, pelo missionário católico inglês, Adrian Hastings, em 1973, que também o fez, a 10 de Julho do mesmo ano, através de uma publicação no The London Times.
“Acredito que Wiriyamo é a mais mortífera de todas as atrocidades conhecidas da história colonial moderna. Muitas crianças foram mortas a pontapé; as suas cabeças usadas como bolas de futebol”, relatou Adrian Hastings.
Na altura, o Governador-geral colonial de Moçambique ultramarino era Manuel Pimentel Pereira dos Santos. Foi o último Governador-Geral de Moçambique nomeado pelo governo de Marcelo Caetano, tendo sessado funções a 27 de Abril de 1974, na sequência do golpe de Estado de 25 de Abril. (Euro News, RTP, RTP, Sete Margens, TSF)
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