A pobreza poderá atingir mais de 1,6 milhão de moçambicanos até 2050 se não forem feitos investimentos na resiliência climática, disse o ministro de Planificação e Desenvolvimento citando dados do Banco Mundial (BM).
E a culpa deste provável cenário é de desastres naturais que muito tem afectado o país. Aliás, os dados confirmam isto. Nos últimos 35 anos, o país sofreu 52 desastres naturais, incluindo 14 ciclones tropicais e de 2000 a 2019, posicionou-se como o 5º país mais afectado do mundo.
“O desafio que temos diante de nós é imenso. Para atingir a resiliência climática do capital humano físico e natural plena até 2030, segundo estimativas do Banco Mundial, Moçambique precisa de mobilizar 37,2 mil milhões de dólares”, disse o ministro de Planificação e Desenvolvimento, Salim Valá.
“Se não o fizermos, mais de 1,6 milhões de moçambicanos poderão ser empurrados para a pobreza até 2050 devido aos impactos combinados de choques climáticos e degradação ambiental”, acrescentou o governante citado pelo jornal “O País”.
Valá lembrou que, os números não são só estatísticas. São vidas, são famílias, o futuro das crianças e dos adolescentes e dos jovens moçambicanos
Para evitar os referidos danos, o Governo lançou a Estratégia Nacional de Financiamento Climático 2025-234 que prevê a exploração de mecanismos de troca de dívida por clima, à semelhança de países como Cabo Verde.
“O mercado de carbono já começa a posicionar Moçambique como líder regional, fruto da parceria com a African Carbono Marketing Initiative que prepara o lançamento da activação do mercado de carbono. Da mesma forma, a recente troca da dívida com a Bélgica que converteu 2,4 milhões de euros em investimento climático é um exemplo tangível de como a diplomacia económica pode gerar impactos ambientais e sociais positivos”, afirmou Valá.
Refira-se que Bélgica e Reino Unido estão disponíveis para apoiar Moçambique no acesso ao financiamento para investir no clima, mas sugerem a inclusão do sector privado.
Delphine Perremans, embaixadora do Reino da Bélgica diz ser importante dispor das ferramentas necessárias para envolver o sector privado, bem como implementar reformas para criar um ambiente favorável.
Por seu turno, Domonic Ashton, alto-comissário adjunto do Reino Unido sugere que, para se destacar, Moçambique deve reforçar a qualidade técnica dos seus projectos e demonstrar clareza, estratégia e fortalecer a capacidade institucional para gerir fundos através de reformas que promovam a transparência e gestão financeira sustentável.
Estimativas do Banco Mundial apontam ainda que o impacto das mudanças climáticas poderá levar a uma redução de 4% a 14% do Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique entre os anos 2040 e 2050.


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