PMA negocia novo programa do lanche escolar para mais 200 mil crianças em Moçambique

PMA negocia novo programa do lanche escolar para mais 200 mil crianças em Moçambique

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) anunciou, há dias, em Nampula, que está em negociações com o Governo moçambicano e parceiros privados para assegurar a continuidade do programa de alimentação escolar.

A iniciativa é considerada essencial no combate à desnutrição infantil, na melhoria da retenção escolar e na promoção da igualdade de género, especialmente em zonas rurais e vulneráveis.

Actualmente, o programa de alimentação escolar está a beneficiar pouco mais de 220 mil crianças em todo o País, das quais cerca de 61 mil são da província de Nampula. Estas crianças frequentam escolas situadas ao longo do corredor ferroviário, em distritos como Nacala-A-Velha, Meconta, Malema e Ribáuè, com o apoio directo da empresa Nacala Logistics, que mantém uma parceria activa com o PMA na região.

Segundo uma publicação do jornal Rigor, a informação foi avançada pela directora nacional do PMA, Antonella D’April, durante a sua visita de despedida à província de Nampula, onde manteve um encontro com o Secretário de Estado, Plácido Nerino Pereira.

“Estamos a trabalhar com o Governo e o sector privado para garantir que este programa não pare. Alimentar uma criança na escola é investir no seu futuro e no futuro do País”, afirmou D’April.

Na ocasião, a responsável revelou que as negociações decorrem actualmente com empresas como a Nacala Logistics, que já apoia o programa em escolas localizadas ao longo do corredor ferroviário, nos distritos de Nacala-A-Velha, Meconta, Malema e Ribáuè. No entanto, há preocupação com a sustentabilidade da intervenção, num contexto de pressão sobre os recursos disponíveis.

“Estamos a discutir uma nova fase do projecto e seria importante que o Governo provincial reforçasse este apelo junto dos parceiros. Precisamos garantir que mais crianças continuem a beneficiar desta alimentação escolar”, acrescentou.

Além das refeições nutricionalmente equilibradas, o programa inclui clubes de género, educação nutricional e actividades de prevenção de uniões prematuras, promovendo a permanência das raparigas nas escolas.

“Uma refeição na escola é, muitas vezes, o único incentivo que mantém a criança na sala de aulas. É uma estratégia simples, mas profundamente transformadora. Já temos resultados visíveis”, sublinhou.

A representante lembrou que Moçambique enfrenta uma taxa nacional de desnutrição crónica de cerca de 38%, o que exige uma resposta coordenada entre o Estado, parceiros e sociedade civil. “Temos de proteger as soluções que funcionam. O lanche escolar é uma delas. Ele promove educação, saúde, igualdade e desenvolvimento local.”

A actual fase de transição da liderança do PMA – com a chegada de uma nova representante prevista para Julho – deverá coincidir com a formalização de novos compromissos institucionais para a expansão do programa, considerado uma das principais apostas estruturantes da agência no País.

Por sua vez, o Secretário de Estado da Província de Nampula, Plácido Nerino Pereira, comprometeu-se a advogar junto das autoridades centrais e parceiros pela continuidade do programa de alimentação escolar e da cooperação multissectorial com o Programa Mundial de Alimentação (PMA).

 

(Foto DR)

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