A organização não-governamental Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) exigiu hoje esclarecimentos e eventual responsabilização no caso do vídeo que mostra supostos militares sul-africanos a queimar corpos de rebeldes em Moçambique.
“A nossa primeira reação é de repúdio a este crime macabro à luz da lei humanitária internacional, que estabelece regras claras sobre a atitude de militares perante soldados abatidos do grupo adversário”, declarou à Lusa o ativista e diretor do CDD, Adriano Nuvunga.
Em causa está um vídeo, divulgado nas redes sociais, que mostra militares alegadamente do exército sul-africano e outros elementos desconhecidos a atirarem cadáveres para uma pilha de escombros a arder, um episódio que resultou na abertura de uma investigação pelas Forças Armadas da África do Sul.
Para o diretor do CDD, embora a investigação ainda esteja em curso, as autoridades podem identificar com “facilidade” os militares envolvidos no ato, que, segundo o ativista, pode gerar raiva nas comunidades locais, arrastando mais jovens às fileiras dos insurgentes.
“A insurgência tem uma dimensão interna e uma ação desta natureza pode escalar o conflito”, frisou o ativista, que defende que os soldados supostamente envolvidos no caso devem ser levados à justiça internacional.
Segundo uma nota da Força de Defesa Nacional da África do Sul (SANDF), o incidente, que já está a ser condenado pela oposição sul-africana, terá ocorrido durante o mês de Novembro de 2022 em Cabo Delgado, para onde a África do Sul destacou um contingente militar como parte da Missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) em Moçambique (SAMIM). (Lusa)
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