O caso Caifadine Manasse: “Da Ascensão à queda de um político que teve tudo e todos nas mãos”

O caso Caifadine Manasse: “Da Ascensão à queda de um político que teve tudo e todos nas mãos”

O Comité Provincial do Partido Frelimo na Zambézia, reunido em sessão na cidade de Quelimane, na última segunda-feira (20), deliberou por unanimidade quando eram 20 horas, a expulsão do deputado, antigo Secretário para mobilização e propaganda e porta-voz do Partido a nível nacional, Caifadine Paulo Manasse.

Manasse é acusado de falta de sigilo relativamente aos assuntos que dizem respeito à vida do partido e seus dirigentes, falta de pagamento de quotas no círculo eleitoral, incitação à violência, incriminação dos seus colegas no badalado escândalo do tráfico de drogas através do Porto de Macuse, que estranhamente, um dos detidos é seu primo. Entretanto, a sentença será decretada na reunião do Comité Central do Partido Frelimo que decorre de 24 a 25 de Março.

Portanto, este pode ser o culminar de um campo de batalha que já perdura desde 2017, conforme evidencia uma notícia publicada a 20 de Março de 2017, pelo Diário da Zambézia, na sua edição número 2.423, com o título “Os dois bandidos dentro da Frelimo?” Onde na ocasião apareciam as fotos do actual 1º Vice-Presidente da Assembleia da República (AR), Hélder Injojo e doutro lado Caifadine Manasse, o excluído do banquete partidário e governamental.

Na altura, em causa estava a eleição do novo primeiro secretário do Partido Frelimo na Zambézia, um processo que atiçou e activou alas no Partido Frelimo, chegando as duas figuras a serem chamadas de bandidos pelos seus correligionários, no entanto, a disputa acabou tendo um desfecho inesperado com a derrocada do deputado Caifadine Manasse, que durante o período em que vigorou como Porta-voz do Partido Frelimo, activou a “team repolho” que através das redes sociais insultava e ameaçava figuras críticas ao governo do dia e Jornalistas investigativos independentes.

Um outro pormenor, segundo apuramos é que durante o período em que Caifadine Manasse era detentor de um prato na mesa grande do partidão a nível da Zambézia, não deixava ninguém fazer e mexer nos interesses que supostamente beneficiaram a todos nos distritos onde os projectos seriam executados. Outrossim, os mesmos eram encaminhados para outros locais sem qualquer explicação palpável.

No entanto, esta parece ser a queda de um homem que ascendeu “num contexto nebuloso” e hoje parece ter sido deixado para trás quando a corda do helicóptero rebentou em plena missão de resgate da imagem enlameada do Partido interna e externamente, devido a diversos escândalos, entre eles: o aumento do narcotráfico no País, a repressão violenta contra cidadãos, activistas, políticos da oposição e jornalistas independentes, o aumento desenfreado do custo de vida, a exclusão social, a manipulação de estatísticas, entre outros casos. (Texto Integrity)

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