O Governo da província de Nampula confirmou no último sábado (04) a ocorrência de ataques terroristas no distrito de Memba, perpetrados por grupos armados oriundos de Cabo Delgado. A ofensiva resultou no incêndio de 45 casas e na fuga de dezenas de famílias para localidades vizinhas.

De acordo com o Secretário de Estado da província, Plácido Pereira, os ataques tiveram lugar em dois povoados dos postos administrativos de Lúrio e Chipene. “Num dos povoados foram incendiadas 30 casas e no outro 15 casas, forçando a fuga de várias famílias”, revelou, acrescentando que parte dos deslocados encontra-se concentrada na sede distrital de Memba e outros em Eráti, estando ainda em curso o processo de contabilização.

Pereira informou que, até ao momento, não há registo de vítimas mortais. “Por instante, não temos informação de mortos. O que sabemos é que houve destruição significativa de habitações e deslocamento de populações”, afirmou durante as celebrações do Dia da Paz.

Citado pelo Jornal Rigor, o dirigente assegurou que as Forças de Defesa e Segurança reagiram de imediato e estão a perseguir os atacantes. “O Governo está ao lado das populações e vai garantir a sua segurança. A nossa mensagem é de coragem e de muita força”, declarou, numa mensagem dirigida às comunidades afectadas.

Este é considerado o segundo maior ataque terrorista registado na província de Nampula, depois do ocorrido a 6 de Setembro de 2022, também no posto administrativo de Chipene, em Memba, quando insurgentes incendiaram um centro de saúde, uma igreja e a residência de irmãs católicas, assassinando a missionária italiana Maria de Coppi, de 83 anos.

A confirmação destes ataques renova os receios sobre a expansão da violência extremista para além das fronteiras de Cabo Delgado, fragilizando a segurança e a coesão social em comunidades do norte de Moçambique.

(Foto DR)