Moçambique vende participação maioritária de Nphanda Nkua por 2,4 mil milhões

Moçambique planeia vender uma participação maioritária na projectada barragem hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa, que será uma das maiores da África Austral, de acordo com Carlos Yum, o director responsável pelo projecto, citado pela agência de notícias “Bloomberg”.

De acordo com a notícia publicada pelo portal “Bloomberg”, o governo vai emitir um pedido de propostas ainda este ano, e levará até quatro meses para seleccionar o vencedor e mais seis semanas para negociar o acordo de desenvolvimento conjunto.

O objectivo é atingir o encerramento financeiro até 2024 nas instalações de 1.500 megawatts e uma linha de transmissão associada que poderá aumentar o custo total do projecto para até 4,4 mil milhões de dólares, disse Yum numa entrevista neste mês em Maputo.

Mphanda Nkuwa estará a cerca de 60 quilómetros (37 milhas) a jusante do rio Zambeze a partir da barragem hidroeléctrica de Cahora Bassa que tem capacidade para gerar 2 075 megawatts de energia. Moçambique vende a maior parte da electricidade dessa barragem à vizinha África do Sul, onde há mais de uma década que se verificam carências.

Para além de exportar energia, o novo projecto irá vender electricidade aos moçambicanos, disse Yum. Cerca de um terço dos moçambicanos tem acesso à energia, e o Presidente da República Filipe Nyusi planeia aumentá-la para 100% até ao final da década.

A barragem será o mais recente projecto de energia multi-bilionária de Moçambique. A TotalEnergies SE está a desenvolver um plano de 20 mil milhões de dólares para exportar gás natural liquefeito de reservas submarinas no extremo norte do país, embora o projecto tenha estagnado este ano devido a uma insurreição ligada ao Estado islâmico. A violência está a quase 1000 quilómetros de distância do local planeado de Mphanda Nkuwa.

Segundo Yum, a estrutura accionista do novo projecto irá incluir a Hidroeléctrica de Cahora Bassa, controlada pelo Estado, proprietária da central hidroeléctrica existente a montante, e a Electricidade de Moçambique EP, a empresa de electricidade. Enquanto a venda de uma participação maioritária na nova barragem irá angariar parte do financiamento, o governo irá também procurar financiamento junto de mutuantes multilaterais e bilaterais, bem como de bancos comerciais.

“O novo investidor já deveria possuir e operar projectos semelhantes de dimensão comparável”, concluiu Yum.

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