“Moçambique não fez pedido ao FMI sobre sustentabilidade da dívida”, esclarece Adriano Maleiane

“Moçambique não fez pedido ao FMI sobre sustentabilidade da dívida”, esclarece Adriano Maleiane

O Ministério da Economia e Finanças diz que não pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que os rácios de endividamento excluam títulos específicos para países em conflito militar, indicou na sexta-feira em nota enviada à Lusa.

“Não há e não houve nenhum pedido de Moçambique sobre a iniciativa em debate”, na quarta-feira, durante o quarto Fórum sobre a Resiliência em África, organizado na Internet pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), esclarece – ou seja, o FMI não rejeitou qualquer solicitação de Moçambique sobre análise da sustentabilidade da dívida, porque não a houve.

Em causa está o anúncio pelo BAD de que está a preparar emissão de dívida especificamente para países afectados por conflitos, como é o caso de Moçambique, para que possam financiar-se para relançar as economias, particularmente nas regiões mais atingidas.

Num painel de debate em que também participava Abebe Selassie director do departamento africano do FMI, o ministro da Economia e Finanças moçambicano “questionou o parceiro de painel sobre qual seria o tratamento das SIIBs [o instrumento anunciado pelo BAD] na avaliação de sustentabilidade da dívida”, feita pelo FMI.

“O director do FMI para África respondeu” e o ministro, Adriano Maleiane, “concordou com a explicação dada”, sem qualquer pedido, conclui a mesma nota do Ministério.

O debate tinha por título “O nexo entre segurança, crescimento económico e investimento”.

Já na parte final, dedicada a perguntas rápidas entre os participantes, Adriano Maleiane perguntou a Abebe Selassie: “Como é que isto [este novo instrumento] vai ser tratado em termos de análise de sustentabilidade da dívida?”.

“A minha primeira reação, conceptualmente, é que se o instrumento cria dívida e risco, tem de ser tratado como tal, e não ser encarado assim é tentar encobrir a dívida e não enfrentar a realidade”, respondeu o director do departamento africano do FMI.

Agência Lusa

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