Um grupo de jovens estudantes moçambicanos desenvolveram uma moeda virtual que visa fomentar a inclusão financeira no mercado nacional. Trata-se da criptomoeda designada “Medx”, desenvolvida pelos por três estudantes do ISUTC – Instituto Superior de Transportes e Comunicações.
Segundo o líder do projecto, Raimundo Chitava, desenvolvedor de software e estudante do ISUTC, a ideia surgiu em 2023, juntamente com os seus colegas, pela necessidade de criar um projecto que conectasse os moçambicanos por meio das criptomoedas. E assim nasceu a Medx, uma das primeiras soluções nacionais de criptomoeda baseada na tecnologia blockchain, concebida com o propósito de facilitar as transacções dentro e fora do País, promovendo a inclusão financeira e a bancarização da população.
“Já era entusiasta nesta área; preferi criar uma moeda do zero e uma blockchain nossa, de forma a facilitar e permitir-nos exercer um controle regulatório sobre o nosso sistema”, explica Raimundo, citado no portal tecnológico “kabum digital”.
Actualmente em fase de testes, a moeda é utilizada por estudantes do Instituto Superior de Transportes e Comunicações (ISUTC), que conseguem efectuar pagamentos dentro da universidade, bem como aceder a determinados serviços através da carteira digital EMEDX, que suporta a moeda.
A EMEDX permite aos utilizadores armazenar, enviar e receber MedX, tornando as transacções financeiras acessíveis e fáceis de gerir a partir de um dispositivo móvel.
De acordo com o jovem, a criação da solução apresentou diversos desafios à equipa, com especial destaque para a vertente regulatória, mais do que a tecnológica, dado que os seus membros contam já com mais de cinco anos de experiência no desenvolvimento de soluções do género.
Enquanto inovação financeira (fintech), a sua implementação requer aprovação por parte do banco central. Neste momento, os testes encontram-se validados, aguardando-se apenas a respectiva autorização.
“Devemos adaptar estas tecnologias ao contexto moçambicano, ajustá-las às necessidades dos nossos clientes e ao sistema financeiro nacional”, acrescenta Raimundo.
O projecto integra-se na 5.ª edição do Sandbox Regulatório, iniciativa do Banco de Moçambique que visa acelerar a aprovação e implementação de soluções inovadoras no sector financeiro.
Uma vez aprovada, Raimundo prevê que a moeda poderá alcançar sustentabilidade através dos serviços que oferecerá aos utilizadores, sendo que a mesma estará indexada ao metical (moeda nacional).
“A Medx é equivalente a um metical, mas com ela é possível adquirir outras criptomoedas, como Ethereum, Bitcoin e outras disponíveis nas corretoras”, partilha.
Para além de conectar pessoas, a Medex está integrada numa carteira de pagamentos digitais, através da qual os utilizadores poderão efectuar pagamentos de diversos serviços.
(Foto DR)
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