Moçambique entre os países com recuperação económica mais favorável em África

Moçambique entre os países com recuperação económica mais favorável em África

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) prevê que 18 países, incluindo Moçambique e Cabo Verde, tenham crescimentos da economia acima dos 5% este ano, com as perspectivas para o continente a situar-se nos 4%, segundo estimativas apresentadas esta quarta-feira.

No documento “Perspectivas Económicas de África”, divulgado durante as reuniões anuais do Grupo BAD, no Egipto, o banco indica uma recuperação do crescimento da economia do continente africano este ano, para 4%, e consolidação adicional para 4,3% em 2024.

“As nossas projecções mostram que 18 países africanos terão taxas de crescimento [do seu Produto Interno Bruto, ou PIB} superiores a 5% em 2023, um número que deverá aumentar para 22 em 2024”, refere o documento, apresentado por governadores e economistas do banco numa sessão plenária de alto nível durante as reuniões anuais.

Entre os países com crescimento do PIB esperado acima dos 5% estão Moçambique, com uma projecção de 6,6%, e Cabo Verde, com 6%, enquanto a Guiné-Bissau está muito próxima, com 4,9%, para Angola a estimativa é de 3,7% e para São Tomé e Príncipe de 1,8%.

Esta recuperação do crescimento económico africano ocorre depois de uma evolução do PIB real estimado em 3,8% em 2022, abaixo dos 4,8% em 2021, “devido aos choques múltiplos e dinâmicos” que “pesaram no dinamismo de crescimento de África”.

Apesar disso, o crescimento do PIB em 2022 está acima da média global de 3,4%, e todos os países africanos, com excepção de dois, registaram taxas de crescimento positivas.

“Isto demonstra também uma resiliência notável, patente na projectada consolidação do crescimento a médio prazo”, sustenta o BAD nas suas perspectivas macroeconómicas.

Esta resiliência contínua, acredita a instituição, será reforçada pelas melhorias esperadas na economia mundial, alimentadas pela reabertura da China e um ajuste em baixa das taxas de juros, já que o aperto da política monetária sobre a inflacção começa a dar frutos.

O crescimento dependerá das características económicas de cada país, com a subida da exportação de petróleo a perspectivar que os países produtores beneficiem dos preços desta matéria-prima, que, apesar da recente descida, permanecem elevados.

As economias não intensivas em recursos beneficiarão das suas estruturas económicas mais diversificadas, sublinha o BAD, realçando a importância da diversificação para resistir aos choques.

Dos vários riscos para o desempenho económico que África enfrenta, o BAD destaca a nível externo o aperto das condições financeiras globais e a valorização do dólar dos Estados Unidos, que “exacerba os custos do serviço da dívida e pode aumentar o risco de endividamento” e o prolongamento da invasão da Ucrânia pela Rússia.

Internamente, aponta a situação de insegurança alimentar e custo de vida em África, além das alterações climáticas, que “continuam a ameaçar vidas, meios de subsistência e atividades económicas”.

As reuniões anuais do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento começaram segunda-feira e decorrem até sexta-feira, em Sharm el Sheikh, no Egito, sendo o tema nas múltiplas sessões de trabalho “Mobilizar o financiamento do setor privado para o clima e o crescimento verde em África”. (Expresso)

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