Moçambique considera haver avanços positivo da sua cooperação com Portugal, nas suas múltiplas vertentes, mas o Governo moçambicano diz que seria desejável o regresso do apoio directo ao orçamento do Estado (OE).

A informação foi avançada pelo vice-ministro da Economia e Finanças, Amílcar Tivane, à margem das reuniões anuais do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) que terminaram, ontem, sexta-feira em Sharm el Sheikh, no Egipto.

“O apoio directo ao Orçamento do Estado seria desejável, naturalmente, é preciso ver a cooperação com Portugal nas suas múltiplas vertentes”, afirmou Amílcar Tivane em declarações à agência Lusa, considerando que “o financiamento que temos estado a receber noutras áreas, e capacitação institucional, têm estado a contribuir para alavancar a economia moçambicana”.

Recorde-se que Portugal, como outros países e instituições, suspendeu o apoio directo ao orçamento de Moçambique, na sequência do caso das dívidas ocultas, um esquema que defraudou o Estado em mais de 2,7 mil milhões de dólares de dívida contraída junto de bancos internacionais, entre 2013 e 2014.

Amílcar Tivane admitiu que, “naturalmente, com esta redução dos fluxos de apoio directo ao orçamento, houve necessidade de o país adoptar esforços para mobilizar recursos adicionais”, o que tem estado a ser conseguido com esforço.

“Estamos a falar de recursos internos para assegurar que o país continua a prover e continua a realizar o seu programa de investimento no domínio das infraestruturas, na área social, acumulação de capital humano, criação de emprego”, referiu o governante.