Moçambique defende financiamento agrícola adaptado à realidade dos produtores

Moçambique defende financiamento agrícola adaptado à realidade dos produtores

O Governo moçambicano defende a criação de mecanismos de financiamento acessíveis e sustentáveis, adaptados à realidade dos produtores, e o reforço da coordenação entre os principais intervenientes do sector agrário, visando transformar a agricultura num sector competitivo e orientado para o mercado.

O posicionamento foi exposto esta quinta-feira (09), em Maputo, pelo ministro da Agricultura, Ambiente e Pescas, Roberto Albino, na abertura da primeira Reunião do Comité de Coordenação do Sector Agrário (CCSA). Na ocasião, o governante destacou que a agricultura deve ser encarada como um negócio.

“Pretendemos abordar o sector agrário como um sector de negócios – farming for business. Em lugar de o Ministério continuar a comprar e distribuir insumos, queremos que sejam os produtores a decidir o que produzir, que insumos adquirir e onde os comprar”, declarou.

Citado pela AIM, Roberto Albino acrescentou que o anterior modelo de compras centralizadas foi descontinuado, assegurando que os recursos financeiros serão canalizados directamente para os produtores, através de mecanismos de financiamento inclusivos.

O ministro defendeu que o crédito agrário deve adequar-se ao ciclo produtivo, com juros mais baixos e prazos realistas. “O ciclo mínimo de produção é de três meses; a primeira prestação deverá ser paga após seis meses. As taxas de juro devem ser competitivas, entre 5 e 10%”.

Neste sentido, o Governo pretende adoptar um modelo híbrido de financiamento, combinando crédito nacional, fundos de parceiros e contribuições dos beneficiários: “40 por cento de crédito nacional, 40 de parceiros e 20 de contribuição dos beneficiários”. Para jovens empreendedores agrícolas, o Estado poderá cobrir até 50% do investimento.

Mais adiante, o governante destacou a investigação científica como prioridade, defendendo investimento em sementes, vacinas e melhoramento genético adaptados às condições locais.

“A investigação deve produzir variedades próprias que garantam competitividade. O extensionista deve auxiliar o produtor a elaborar o seu plano de negócios e a perceber se aquilo que realiza lhe permite obter lucro”, acrescentou.

 

(Foto DR)

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