O Ministério da Saúde (MISAU) anunciou o lançamento, a partir de hoje, segunda-feira, de uma campanha de vacinação em massa contra a cólera, nas províncias mais afectadas pela doença.

Falando aos jornalistas na última sexta-feira, a directora nacional adjunta de Saúde Pública, Benigna Matsinhe, disse que o surto de cólera tinha abrandado entre Julho e Setembro do ano passado.

“A situação foi minimizada”, disse a responsável, “mas em Outubro a doença reapareceu, e actualmente estão a ser reportados casos de cólera em seis províncias”.

A situação mais crítica, acrescentou Matsinhe, regista-se nas províncias de Cabo Delgado, Tete, Zambézia e Sofala. Desde Outubro, cerca de 8.400 pessoas foram diagnosticadas com cólera e, nos últimos três meses, 20 pessoas morreram da doença.

De acordo com a fonte, o MISAU espera que a campanha de vacinação atinja mais de 2,2 milhões de pessoas até sexta-feira. “A campanha será dirigida a nove distritos críticos – Chiúre e Montepuez em Cabo Delgado, Gilé. Gúruè, Milange e Mocuba na Zambézia, e Moatize, Mágoè e Zumbo em Tete”.

A vacina será administrada nas unidades sanitárias, nos mercados e noutros locais onde se reúnem grandes números de pessoas, e por equipas que vão de porta em porta. Mais de 7.000 profissionais de saúde foram treinados para esta campanha.

Na sua intervenção, Matsinhe apontou a falta de higiene e de saneamento como responsáveis pelo último surto de cólera. De acordo com a responsável, em grande parte do país, o acesso a água potável continua a ser insuficiente e muitas pessoas defecam ao ar livre, em vez de utilizarem latrinas.

“Tudo o que leva a um mau saneamento é um risco para a saúde, causando cólera e outras doenças transmitidas pela água”, concluiu Matsinhe.