Maputo: Residentes de Matutuíne submetem petição exigindo indemnizações à Dugongo Cimentos

Maputo: Residentes de Matutuíne submetem petição exigindo indemnizações à Dugongo Cimentos

A população do bairro Mudada, distrito de Matutuíne, província meridional de Maputo, submeteu ontem, quinta-feira (18), na Assembleia da República (AR), uma petição contra a fábrica de cimento Dugongo por, alegadamente, não estar a honrar os compromissos assumidos com os reassentados.

Inaugurada em 2021, a Dugongo, uma empresa de capitais maioritariamente chineses, está instalada no local onde havia residências de mais de 120 famílias.

Numa publicação da AIM, o presidente da comissão dos moradores de Mudada, Justino Jasse, explicou que há mais de 17 anos que os reassentados pela Dugongo não estão a ser indemnizados, e no bairro onde estão reassentados [Mudada] há falta das necessidades básicas, incluindo electricidade e água.

“O que está a acontecer é que nós fomos paralisados desde 2007 que a empresa Dugongo apareceu aqui e proibiu todos os residentes daqui [Mudada] de erguer as suas próprias casas, e prometeram-nos que vão construir casas condignas, hospitais, escolas, rede eléctrica, abastecimento de água, e melhores condições para todos nós”, disse, acrescentando de seguida que, tudo isso não passaram de simples promessas.

Jasse confirmou ter contactado a Dugongo mas “eles sempre tentaram nos enrolar”, afirmando que chegou a ter informações segundo as quais o processo de reassentamento não incluía indemnizações.

Na altura do reassentamento, há 15 anos, a fábrica construiu 121 casas de alvenaria, do tipo 3, para cerca de 200 famílias abrangidas pelo reassentamento.

“Existem famílias que não tiveram casas; eles nos tiraram do sítio onde estávamos e ganhávamos alguma coisa e construíram casas com material precário, numa zona propensa a inundações; estamos no meio de riachos; nós rejeitamos essas casas porque já tem rachas em todos os quartos e nas salas”, disse.

Jasse disse que os populares já não precisam das casas devido a vulnerabilidade das casas. “Quando chove entra água e nem parece que tem uma cobertura de chapas”, vincou.

De acordo com Jasse, a mesma petição foi submetida à administração do distrito de Matutuíne.

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