Os médicos residentes do Hospital Central de Maputo (HCM) ameaçam suspender o trabalho extraordinário a partir do dia 01 de Junho, próximo, por não estarem a receber o valor das horas extras, desde o ano passado.
Segundo uma informação que consta numa carta enviada ao Director-Geral da HCM, citada pelo jornal “O País”, os profissionais avançam que não irão trabalhar depois das 15h30, nos feriados e finais-de-semana, até que a dívida, de 13 meses, seja liquidada.
Esta é mais uma interrupção da classe, a última foi no ano passado, entre os meses de Maio, Junho e Julho.
Recorde-se que a Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) decidiu, na semana passada, prolongar por mais 30 dias a greve iniciada a 17 de Abril, justificando que o Governo ainda não efectuou os pagamentos de horas extraordinárias e subsídios de turno.
“A greve será feita novamente em fases, caso o Governo pretenda continuar com o braço de ferro com a equipa de negociação”, refere a nota da APSUSM.
A associação denuncia que há mais de três anos que reclama melhorias estruturais no sector, incluindo o fornecimento regular de medicamentos aos hospitais — que, em muitos casos, são adquiridos pelos próprios doentes —, a compra de camas hospitalares, a disponibilidade de alimentação nos serviços de internamento e o equipamento adequado das ambulâncias e do pessoal com materiais de protecção individual não descartáveis.
Face à ausência de resposta, os profissionais anunciaram a manutenção do regime de horário único, com turnos diários das 7h00 às 15h30, sem prestação de serviços aos fins-de-semana e feriados.
(Foto DR)
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