Julgamento de Londres adiado. Moçambique vira as atenções para Privinvest no caso de ‘títulos de atum’

Julgamento de Londres adiado. Moçambique vira as atenções para Privinvest no caso de ‘títulos de atum’

Depois de ontem ter anúncio o acordo com o Credit Suisse, sobre o escândalo de mais de 1,5 mil milhões de dólares dos “títulos de atum”, eis que agora o foco do governo moçambicano é outro, e chama-se Privinvest. Ou seja, Moçambique vai procurar a todo o custouma  indemnização por parte do construtor naval Privinvest em Londres.

É que segundo o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, o acordo alcançado com o Credit Suisse, no domingo, cobre apenas o empréstimo de 2013 à Proindicus, uma empresa estatal moçambicana, e era “mutuamente vantajoso”.

Mas porquê agora Moçambique avança com o pedido de uma indemnização ao construtor naval Privinvest? A resposta é simples, é que de acordo com o governo em causa, Moçambique foi vítima de uma conspiração e que a Privinvest pagou subornos a funcionários moçambicanos corruptos e a banqueiros do Credit Suisse, expondo a nação a um passivo potencial de pelo menos 2 mil milhões de dólares.

Entretanto, na conferência de imprensa ontem, em Maputo, Max Tonela recusou revelar o valor da compensação que Moçambique está agora a exigir do construtor naval Privinvest.

Prevê-se que esta seja mais uma “batalha” com um fim imprevisível, uma vez que a Privinvest nega as acusações feitas pelo governo moçambicano e diz ter cumprido as suas obrigações contratuais e que quaisquer pagamentos efectuados foram investimentos, pagamentos de consultoria, remunerações legítimas ou contribuições para campanhas políticas – negaram qualquer irregularidade.

Informações publicadas pela Reuters dão conta de que o acordo de domingo, alcançado um dia antes do início do julgamento em Londres, levou vários advogados representando Moçambique, Credit Suisse, Privinvest, três ex-banqueiros do Credit Suisse, credores e outros, a reunirem-se no Tribunal Superior para estabelecer como o julgamento deveria agora prossiguir.

O juiz Robin Knowles disse ainda citado pela Reuters que era imperativo garantir que o julgamento de três meses de um “caso multipartidário complicado e entrelaçado” fosse justo para todas as partes e adiou a abertura do julgamento para pelo menos 16 de Outubro.

Duncan Matthews, da Privinvest, disse ao tribunal que o acordo criou uma “mudança significativa” no fardo dos seus clientes e que estes deveriam ter tempo para decidir quais as reivindicações e reivindicações cruzadas que permaneciam em cima da mesa.

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