“Jovens e crianças estão mais expostos à vulnerabilidade provocada pelas mudanças climáticas”

“Jovens e crianças estão mais expostos à vulnerabilidade provocada pelas mudanças climáticas”

Cerca de quatro milhões de pessoas em Moçambique foram afectadas por desastres naturais, durante a época chuvosa e ciclónica de 2023-2024.

A informação foi revelada esta quinta-feira (22), em Maputo, pela directora nacional de Mudanças Climáticas, no Ministério da Terra e Ambiente, Jadwiga Massinga, na abertura da Conferência Local das Crianças e Jovens Sobre Mudanças Climáticas em Moçambique.

“Na época chuvosa e ciclónica 2023-2024, segundo o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD), foram afectadas cerca de quatro milhões de pessoas, que é muito tendo em conta ao universo de 33 milhões da população moçambicana”, apontou Jadwiga Massinga.

Para a governante, os jovens e crianças que representam  80% da população moçambicana, estão entre os grupos sociais mais vulneráveis durante a ocorrência dos desastres naturais. “Estes são vulneráveis aos eventos climáticos devido a vários factores. A título de exemplo, maior risco de mortes devido a doenças que são agravadas pelas mudanças climáticas, incluindo a malária, a cólera e desnutrição”, explicou a fonte.

Entretanto, as acções de sensibilização e introdução de conteúdos sobre mudanças climáticas no Sistema Nacional de Educação (SNE) são algumas propostas para reduzir a vulnerabilidade dos jovens e crianças face às mudanças climáticas.

“É preciso que se consciencialize os jovens, acima de tudo que se faça uma advocacia por forma a se introduzir temas como educação ambiental nos livros escolar desde o ensino básico para que as crianças possam crescer com noções básicas sobre esta temática”, defendeu representante da Plataforma Juvenil para Acção Climática – YCAC, Flávia Nicole, alertando, no entanto, que Moçambique é um dos países da África Austral mais afectados pelas mudanças climáticas.

Adicionalmente, Flávia Nicole defende a necessidade de haver mais acções de difusão de informação sobre as mudanças climáticas, pois, “os jovens e crianças não dispõem de informações suficientes sobre como esta temática afecta nas nossas vidas”. “Queremos fazer a difusão para que todos estejam abalizados no que as mudanças climáticas diz respeito”, frisou a representante.

Não obstante, o Executivo moçambicano considera o país como líder mundial, sobretudo, na mobilização voluntária de jovens para acções de prevenção e combate às mudanças climáticas, contando actualmente com mais de três milhões de pessoas envolvidas, voluntariamente, em diferentes actividades tendentes a combater os efeitos das mudanças climáticas.

Segundo Jadwiga Massinga, Moçambique conta, neste momento, com 137 planos locais de adaptação às mudanças climáticas, elaborados para a promoção da construção de infra-estruturas, como escolas, abastecimento de água e centros de saúde resilientes.

Nos últimos oito anos, o país foi severamente afectado pelos ciclones, com destaque para Idai, Kenneth, Guambe e Freddy.

 

(Foto DR)

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