Japonesa Mitsui “optimista” sobre retoma do projecto de gás natural

Japonesa Mitsui “optimista” sobre retoma do projecto de gás natural

O director executivo da multinacional japonesa Mitsui manifestou “optimismo” em relação ao projecto de gás natural da Área 1, no norte do país, saudando os avanços na restauração da segurança na região, disse esta quarta-feira fonte governamental.

A fonte avançou à Lusa que Motoyasu Nozaki expressou a sua expectativa num encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Energia, Max Tonela, no quadro de uma visita que realiza a Moçambique, para encontros com governantes locais.

Motoyasu afirmou estar “muito encorajado com os últimos desenvolvimentos em Cabo Delgado”, referindo-se aos progressos no combate aos “grupos terroristas” que assolam a província.

Uma paz duradoura e sustentável é fundamental para um ambiente favorável aos investimentos e desenvolvimento socioeconómico na província, prosseguiu o director executivo da Mitsui.

Motoyasu Nozaki avançou que o restabelecimento da segurança deve ser também em benefício das comunidades residentes nas zonas de implementação de projetos de gás natural e das populações de Cabo Delgado, no geral.

A companhia japonesa é parceira estratégica da petrolífera francesa Total no projeto de exploração de gás natural liquefeito da Área 1 na bacia do Rovuma.

O consórcio foi obrigado a suspender a sua operação, na sequência de ataques armados em 24 de Março à vila de Palma, perto do empreendimento, que é o maior investimento privado em África.

O combate aos grupos armados em Cabo Delgado conheceu avanços significativos na sequência da reconquista, no domingo, da vila de Mocímboa da Praia, uma das principais da província, numa operação conjunta entre as forças governamentais de Moçambique e do Ruanda.

Na terça-feira, o comandante do Exército moçambicano, Cristóvão Chume, disse que a força conjunta Moçambique e Ruanda desdobra-se em “missões de limpeza” em todo o distrito de Mocímboa da Praia.

“Neste momento, decorrem missões de defesa em toda a área de Mocímboa da Praia”, disse Chume, em declarações à comunicação social, na terça-feira, a partir da sede do distrito costeiro, no norte de Cabo Delgado.

A vila costeira de Mocímboa da Praia, por muitos apontada como a “base” dos insurgentes e onde os ataques começaram em outubro de 2017, é uma das principais do norte da província de Cabo Delgado, situada 70 quilómetros a sul da área de construção do projecto de exploração de gás natural conduzido por várias petrolíferas internacionais e liderado pela Total.

A vila tinha sido invadida e ocupada por rebeldes em 23 de Março do ano passado, numa acção depois reivindicada pelo grupo `jihadista` Estado Islâmico, e foi, em 27 e 28 de Junho daquele ano, palco de longos confrontos entre as forças governamentais e os grupos insurgentes, o que levou à fuga de parte considerável da população.

A reconquista da vila pelas forças conjuntas de Moçambique e Ruanda ocorreu por volta das 11:00 de domingo, após semanas de operações militares, com as forças ruandesas a estimarem, a partir de Kigali, baixas de, pelo menos, 70 pessoas entre os insurgentes.

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