O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) em Moçambique cresceu 41,6% para 3,5 mil milhões de dólares em 2024 (correspondente a 16,1% do PIB), verificando-se um aumento se comparado com os 2,5 mil milhões de dólares registados em 2023.
“A categoria de Grandes Projectos (GP) trouxe rendimentos totais de quase 3,1 mil milhões de dólares”, destacou o Relatório Anual da Balança de Pagamentos (BoP) elaborado pelo Banco de Moçambique (BdM) e divulgado na última quinta-feira (25) e consultado pelo MZNews.
De acordo com o documento, a evolução crescente do IDE que tem se verificado desde o ano 2020 a 2024, reflecte o incremento do influxo de capitais associados aos projectos da indústria de petróleo e gás, com foco nas actividades de prospecção e pesquisa de hidrocarbonetos na bacia do Rovuma, além da revitalização da indústria de carvão e de areias pesadas.
“No decurso do período em análise, o fluxo de empresas que não fazem parte da categoria dos GP, registou um comportamento misto, tendo registado em 2021 o seu pico como resultado dos investimentos realizados por estas empresas para atender as demandas dos GP, na componente de transportes, armazenagem e comunicações, com influxos de fundos de cerca de 1,6 mil milhões de dólares”, detalha do documento, assinalando a indústria extractiva como maior receptor de fluxos de investimento, com 87,2% do total do IDE.
O relatório destaca ainda que além do fluxo dos GP, a indústria transformadora também contribuiu para este desempenho positivo do IDE com 134,8 milhões de dólares, correspondentes a 3,8% do total, o que significa mais de 100% face a 2023. Por fim, o sector de electricidade contribuiu com 96,9 milhões de dólares, equivalentes a 2,7% do total do IDE (mais de 100 % comparativamente a 2023).
Não obstante, o boletim do BdM explica igualmente que à semelhança dos últimos quatro anos, a desagregação do IDE por instrumentos mostra que o investimento em “Outro Capital” manteve-se predominante em 2024, totalizando 3,1 mil milhões, o que corresponde a 89,5% do IDE total. Para o efeito, em termos anuais, segundo o BoP, “esta rubrica aumentou 38,1%, impulsionada pelo incremento da mobilização de recursos sob a forma de suprimentos e créditos comerciais por parte das empresas pertencentes aos GP, com um acréscimo de 39,5%,o que, em termos efectivos, verificando-se uma situação de incumprimento, é o País que deve arcar com as responsabilidades”.
Assim, o IDE sob a forma de Acções e Participações, observou um comportamento similar, tendo atingido 373,2 milhões de dólares, o que representa 10,5% do total do IDE, a reflectir o crescimento registado por parte das outras empresas.
No geral, no que respeita aos principais parceiros do IDE em Moçambique, o destaque vai para a África do Sul que ascendeu à primeira posição com 29%, seguida dos Países Baixos, Maurícias e Itália com 27,8%, 21% e 12,7% do total de IDE líquido do País, respectivamente.
(Foto DR)
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