O Presidente da República, Daniel Chapo, desafiou na manhã de hoje aos gestores da empresa Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), a investir na reabilitação e modernização dos equipamentos para que possa continuar a oferecer energia eléctrica à região da África Austral e contribuir para o desenvolvimento.
Daniel Chapo falava durante a abertura da Conferência Internacional dos 50 anos da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), no Centro de Conferencia Joaquim Chissano sob o lema “Ontem, Hoje e o Futuro: Uma Empresa Estratégica e Estruturante de Moçambique e da Região”.
No seu discurso de abertura, destacou o papel estratégico da empresa na estabilidade energética de Moçambique e da África Austral, desafiando os gestores da HCB a aumentar a capacidade de geração de electricidade sempre atento às mudanças climáticas e a novos mercados.
“Os 2.075 megawatts que produz são os mesmos desde 1975, pelo que urge embarcar na implementação do plano de reabilitação e modernização”, afirmou, apontando a necessidade de garantir maior fiabilidade do sistema.
A Conferência Internacional foca-se em dois eixos de reflexão: o papel das centrais hidroeléctricas no desenvolvimento dos países e os desafios da sua gestão num contexto de eventos climáticos extremos.
Num outro desenvolvimento, Chapo alertou para os efeitos da seca severa que afecta a bacia do Zambeze desde finais de 2023, causada pelo fenómeno El Niño, e que tem comprometido a produção de energia hidroeléctrica.
No plano nacional, Presidente da República reiterou o compromisso do Governo com a industrialização e a criação de emprego, através do aumento da capacidade energética.
Mencionou projectos estruturantes em curso, como a central eléctrica de Temane (450 MW), as centrais solares de Cuamba, Mocuba e Meteoro, e os futuros aproveitamentos hidroeléctricos de Boroma, Lupata e Chemba, como parte de uma estratégia de diversificação energética.
Citando dados do relatório Africa Energy Outlook 2024 disse que Moçambique poderá tornar-se responsável por 20% da produção energética africana até 2040, com uma capacidade projectada de até 187 GW.
Isto colocara o país entre os dez maiores produtores mundiais. “Queremos fazer de Moçambique o hub energético da região”, afirmou, desafiando os participantes a contribuírem activamente para esse objectivo.
O Chefe do Estado encerrou o seu discurso com um apelo à participação activa nos debates. “Quero assim convidar a todos os participantes a envolverem-se activamente nas discussões de hoje, colocando perguntas, fazendo comentários e partilhando ideias”, concluiu, numa convocatória à construção colectiva de soluções energéticas sustentáveis e resilientes para a África Austral.
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