Fuga na B.O foi facilitada para a saída de três classes de criminosos, segundo ONG

Fuga na B.O foi facilitada para a saída de três classes de criminosos, segundo ONG

O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) critica o silêncio do actual Governo formado por Daniel Chapo, face a maior fuga de reclusos do país.

O caso se deu a 25 de Dezembro de 2024, tendo se “evadido” 1534 reclusos da Cadeia Central e do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança da Machava, vulgo B.O.

A fuga resultou, na morte de cerca de cem reclusos. Trinta e quatro foram atingidos mortalmente quando a polícia tenta dissuadir a acção. Outros terão sido assassinados na madrugada de 26 de Dezembro após terem sido capturados ou regressado voluntariamente.

Entretanto, um trabalho de recolha de informação levou o CDD a constatar que “o objectivo principal foi facilitar a libertação de três grupos específicos de indivíduos”, nomeadamente, terroristas, raptores e traficantes de drogas.

Das entrevistas realizas a 39 informantes, incluindo reclusos, polícias, médicos e população ordinária vizinha das cadeias, soube-se que o plano levou à “soltura” de 30 insurgentes, incluindo moçambicanos e tanzanianos (um recapturado); quinze (15) raptores e indivíduos envolvidos no tráfico de drogas – apenas cinco terão escapado; e dois indivíduos ligados ao caso de drogas apreendidas no Aeroporto Internacional de Maputo, incluindo cidadãos indianos.

Para o CDD, o novo Ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Mateus Saize, deve apurar se a Comissão de Inquérito anunciada pelo então porta-voz do Governo e vice-ministro da pasta, Filimão Suaze, foi realmente constituída, uma vez que não há relatório sobre a evasão, e caso contrário, deve criá-la e publicar a sua composição “em nome da transparência”.

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