Feira Internacional de Maputo Será em Modelo Híbrido

Feira Internacional de Maputo Será em Modelo Híbrido

A 56.ª edição deste ano da Feira Internacional de Maputo (FACIM), a ter lugar de 30 de Agosto a 5 de Setembro deste ano, será realizada, pela primeira vez, em regime presencial e virtual, como forma de prevenir a propagação do covid-19, em resultado da potencial aglomeração de expositores e visitantes.

A decisão foi tomada pelo Governo e anunciada pelo ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita, o qual referiu que a edição deste ano poderá ser inovadora no sentido em que os expositores e visitantes poderão interagir presencial e virtualmente estando dentro ou fora do recinto da FACIM localizado em Ricatla, no distrito de Marracuene, província de Maputo.

A plataforma digital que será colocada à disposição do público vai permitir que qualquer expositor possa comercializar o seu produto de forma virtual, sendo que, para o efeito, o expositor apenas precisará de adquirir espaço e bilhetes na página electrónica para lhe ser atribuído um stand no pavilhão (virtual) da sua província.

A seguir, o expositor terá de enviar fotografias e vídeos dos produtos a serem exibidos e poderá acompanhar virtualmente as habituais conferências sobre oportunidades de negócios, investimentos e da internacionalização das empresas.

A ferramenta vai facilitar, entre outros serviços, que o expositor que não esteja fisicamente no Ricatla saiba quantas empresas estão a participar, quantos visitantes acederam aos seus produtos, e estabelecer contactos com outros expositores nacionais e internacionais.

Carlos Mesquita fez este anúncio durante a realização da cerimónia de premiação do melhor exportador do ano de 2020 e, na mesma ocasião, fez saber que a 56.ª edição da FACIM, a ter lugar este ano, decorrerá sob o lema “Industrialização: Inovação e Diversificação da Economia Nacional”.

Quanto às empresas premiadas, Mesquita explicou que se trata de Pequenas e Médias Empresas (PME) que em 2020 exportaram diversos produtos para os mercados da África do Sul e dos Estados Unidos da América, apesar das adversidades que o mundo tem vindo a enfrentar devido aos efeitos nefastos do covid-19.

Referiu que o reconhecimento àquelas empresas deve servir de incentivo pela persistência que as mesmas têm vindo a demonstrar para colocar os produtos moçambicanos no exterior, mesmo com os desafios que se colocam no mercado.

“Acreditando que tudo é possível, esperamos que os empresários usem esta edição para estabelecerem contactos de troca de experiência tendo em conta o período em que estamos. Portanto, este exercício deve ser feito seguindo-se escrupulosamente o protocolo sanitário para que aquele local não seja foco de propagação do covid-19”, sublinhou.

Por sua vez, o representante da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), Pete Gauthier, disse que o país exportou, no ano passado, mais de 137 milhões de dólares em produtos tais como frutos do mar, cana-de-açúcar, minérios, nozes, entre outros produtos, para o mercado americano, através do programa African Growth and Opportunity Act (AGOA).

No mesmo período, de acordo com Pete Gauthier, Moçambique exportou para a África do Sul cerca de 658 milhões de dólares em produtos diversos, com destaque para combustíveis, alumínio, óleos e produtos utilizados no processo de destilação.

No mesmo período, de acordo com Pete Gauthier, Moçambique exportou para a África do Sul cerca de 658 milhões de dólares em produtos diversos, com destaque para combustíveis, alumínio, óleos e produtos utilizados no processo de destilação.

O presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA), Agostinho Vuma, disse, por seu turno, que as exportações têm sido afectadas por causa das restrições das actividades económicas.

No ano passado, por exemplo, o volume de exportações ao nível nacional foi de 3,58 biliões de dólares americanos, correspondendo a um decréscimo de 23 por cento face a 2019.

Ainda que, segundo Vuma, o covid-19 tenha sido o factor determinante para a recessão económica nacional, há outros factores estruturais que têm constrangido a competitividade das empresas, nomeadamente, a deficiente informação sobre os mercados de exportação, dificuldades de acesso ao financiamento, barreiras para obtenção de certificação que habilita ao cumprimento dos padrões de qualidade internacionais dos produtos, entre outros.

“A despeito destes desafios queremos enaltecer os esforços que os premiados evidenciaram para provar que com resiliência, reinvenção e cometimento podemos fazer a diferença num contexto de adversidades”.

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