Falta de 13º salario é um presente “cruel” para os funcionários públicos

Falta de 13º salario é um presente “cruel” para os funcionários públicos

O investigador do Centro de Integridade Pública (CIP), Borges Nhamire, disse que o Presidente da República (PR), Filipe Nyusi, deu um mau presente de quadra-festiva aos moçambicanos ao anunciar a medida do Governo de não pagar o 13º salário.

“O presidente foi dar mau presente para os funcionários públicos. Devia ter anunciado isso num outro momento. Agora, quando as pessoas estão a cinco dias do Natal, que em Moçambique também é Festa de Família, é o momento mais alto dos moçambicanos, o Presidente vai anunciar que não tem 13º [salário], é muita crueldade”, disse, esta terça-feira, comentando o informe do PR a Nação no canal STV Notícias.

Além disso, Nhamire discordou das análises do PR sobre os problemas da nação, apesar de reconhecer a abrangência do discurso presidencial, por arrolar os aspectos mais essenciais que marcaram o ano de 2022.

“No aspecto daquilo que o presidente resumiu as coisas mais importantes penso que foi profundo. Captou quase todos os acontecimentos essenciais do ano, mas fez uma análise com a qual eu não concordo, em muitas coisas, não querendo dizer se ele está certo ou errado”, disse o analista.

O investigador referiu, por exemplo, que o PR se precipitou em dizer que a implementação da Tabela Salarial Única (TSU) “veio acabar com o nepotismo e apadrinhamento na função pública”.

No seu entender, ainda é prematuro mensurar e indicar os ganhos ou impactos positivos da TSU porque a sua implementação ainda é embrionária e as pessoas não estão a sentir os seus efeitos.

“É um discurso político muito vazio porque nós ainda não sentimos os [seus] efeitos. É preciso ter tempo para avaliar uma política pública que esta a ser implementada agora”, justificou Nhamire, destacando que a TSU sequer satisfaz as necessidades da classe medica, dos professores, deputados e magistrados e Forcas de Defesa e Segurança.

“O presidente tem que ser honesto ao falar para a televisão, ao falar para a nação”, rematou o analista.

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