Os exportadores moçambicanos consideram que o preço de referência da castanha de caju, fixado em 45 meticais o quilo está acima do valor previamente acordado entre os intervenientes do sector, alertando que a actual conjuntura internacional não favorece preços elevados.
O posicionamento foi defendido na sexta-feira (10), em Maputo, pelo vice-presidente da Associação das Indústrias de Caju de Nacala (ACIANA), Domenico Borriello, à margem da I Sessão do Comité de Amêndoas.
“O preço que foi fixado hoje, depois de termos consensualizado o preço na reunião preparatória, não é o acordado”, afirmou Borriello, sublinhando que “o Instituto de Amêndoas de Moçambique elevou o preço para mais cinco meticais”.
Segundo explicou Domenico Borriello, citado pela AIM, o mercado internacional encontra-se actualmente pressionado por uma elevada oferta de castanha, o que impede os exportadores de pagarem valores mais altos aos produtores.
“Os mercados actuais não estão a promover uma oferta da castanha que permita ao exportador pagar o preço que o produtor está a pedir. É verdade que é um preço de referência, pode subir como pode descer. Mas a conjuntura internacional, neste momento, dita que a oferta mais correcta seria 40 meticais o quilo. Pode ser 41, pode ser 38, mas essa é a realidade”, assinalou a fonte.
Entretanto, apesar das dificuldades de mercado, Borriello destacou o trabalho do Instituto de Amêndoas de Moçambique (IAM) na renovação das plantações, acção que deverá aumentar a capacidade produtiva nacional nos próximos anos.
O dirigente lembrou que a indústria depende da disponibilidade de matéria-prima e que Moçambique ainda não possui produção suficiente para sustentar preços mais altos. “Não há nenhuma indústria no mundo que viva sem matéria-prima. Moçambique não tem ainda uma produção excessiva para garantir um preço que seja participativo às fábricas, de modo que possam processar e oferecer a amêndoa moçambicana nos mercados internacionais”, acrescentou.
Borriello afirmou ainda que o investimento das empresas processadoras constitui um contributo directo à economia nacional e defende que a taxa de exportação seja revista para tornar o produto moçambicano mais competitivo.
(Foto DR)


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