O passado é o reservatório dos grandes feitos e, por isso, a História apenas celebra homens ousados, líderes visionários e implementadores de acções marcantes para o progresso e avanço civilizacional.
Assim, daqui a cinco ou dez anos, a História, esta eterna aliada do Tempo, estará aqui para contar-nos histórias e estórias, acções e peripécias e para fazer o balanço da Nova Era que há pouco tempo teve início em Moçambique.
É hábito das pessoas e sobretudo dos dirigentes pensar sobre o início apenas no fim. Mas um líder visionário sabe que é no início que se deve pensar sobre o fim.
Por isso, é ideal que, agora, no início do mandato, o Presidente da República e o seu Governo pensem sobre o fim: que País pretendem ver em 2030? Que sociedade pretendem construir até 2030? Qual a visão? Quais as perspectivas? E, sobretudo, o que e como fazer para chegar lá?
Nesta senda, constata-se uma série de acções planificadas (e algumas implementadas) pelo Governo que, por agora, parecem mostrar clareza na direcção a seguir.
Na verdade, o Plano Quinquenal e/ou o Programa do Governo, ou, mais concretamente, o Orçamento do Estado|2025 apresentam um corolário de acções e iniciativas que, como disse, mostram uma direcção a seguir para o desenvolvimento da sociedade e do País em geral.
Porém, em Moçambique, o problema não tem sido a planificação. O problema é a implementação, ou seja, a materialização do plano. Esse, sim, é o “xis” da questão de quase todos os planos e programas de governação.
Diante disso, é importante que o Governo actual seja um agente de ruptura e mudança. É necessário ao Presidente da República, além da visão estratégica, a coragem para implementar o seu Programa de Governação. E mais, é mister que tanto a sociedade quanto o Partido concedam espaço e sejam pacientes diante das mudanças necessárias a serem implementadas, pois a mudança sempre assusta as pessoas, transforma o ambiente e altera a realidade.
E são estas características que fazem da mudança um agente transformador. E actualmente é de transformação que mais precisamos.
Portanto, a chave para o sucesso neste novo ciclo de governação está na habilidade de mobilizar a população e uni-la para um propósito claro; confrontar alguns círculos e núcleos duros do poder, portanto, resistentes às mudanças; e implementar, com elevada dose de coragem e sem olhar para trás, mudanças necessárias ao desenvolvimento deste país que por muito tempo tem esperado pela independência económica.
São estas acções, conjugadas a outras menos desafiadoras, que, se implementadas, farão com que este Governo inaugure de facto uma “Nova Era” e, por conseguinte, seja lembrado pela população como um Governo que ousou e melhorou a vida do povo moçambicano.
São justamente estas acções que convencerão a História a registar, na vasta “Enciclopédia do Sucesso de Povos e Nações”, o nome de Moçambique e do Líder que incitou essa mudança positiva.
Enfim, que se pense agora no depois. Interessa-nos, pois, a todos, em 2030, ouvir e, principalmente, concordar com Discursos de Glória e de Sucesso sobre este Ciclo de Governação.
E a chave não é apenas planificar, é, sobretudo, ter a coragem de implementar o que se planificou. É realmente necessário mudar a forma de fazer as coisas.
Texto: René Moutinho, Mestre em Desenvolvimento Humano e Educação
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