Dívidas ocultas: Grupo UBS oferece 100 milhões a Moçambique para deixar cair o processo

Dívidas ocultas: Grupo UBS oferece 100 milhões a Moçambique para deixar cair o processo

O Grupo UBS revelou estar em conversações com Moçambique, oferecendo até 100 milhões de dólares para o governo moçambicano deixar cair o processo contra o banco, que começa a ser julgado na segunda-feira em Londres.

De acordo com a agência de informação financeira Bloomberg, as negociações estão perto de chegar a bom porto, o que faria com que o Grupo UBS, que comprou o Credit Suisse em Junho, não tivesse de enfrentar 13 semanas de escrutínio sobre um escândalo de financiamento conhecido como o caso das “dívidas ocultas”.

Uma fonte citada pela Bloomberg, que não quis ser identificada porque as negociações não são públicas, revelou que as partes ainda estão a negociar os termos do acordo extrajudicial de até 100 milhões de dólares.

Entretanto, outra fonte acrescentou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) de Moçambique, que acusa o Credit Suisse de ter ignorado os aspectos problemáticos da actuação de três banqueiros no financiamento do país, poderá divulgar o acordo já na próxima semana.

Mesmo havendo um acordo extrajudicial que faça Moçambique retirar a acção contra a Credit Suisse, agora transferida para o Grupo UBS pela aquisição do banco suíço, o julgamento será sempre realizado, mas tendo apenas o bilionário Iskandar Safa, líder da Privinvest, como arguido.

Está previsto para terça-feira, 03 de Outubro, o início do julgamento no Tribunal Comercial, parte do Tribunal Superior de Londres (equivalente ao Supremo Tribunal de Justiça em Portugal) do caso iniciado pela PGR de Moçambique contra o banco Credit Suisse, três antigos empregados e várias empresas do grupo Privinvest.

O governo moçambicano alega que as garantias dadas para os empréstimos bancários para a compra de navios de segurança marítima, barcos de pesca de atum e outro equipamento não devem ser consideradas válidas porque terão sido obtidas através da corrupção de altos funcionários do Estado.

Os empréstimos foram avalizados secretamente pelo Governo da Frelimo quando Armando Guebuza ainda era chefe de Estado, sem conhecimento do parlamento e do Tribunal Administrativo.

Moçambique quer anular dívidas de milhões de dólares ao Credit Suisse, bem como obter compensação financeira pelos danos macro-financeiros causados.

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