A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) diz que os indicadores macroeconómicos demostraram uma tendência de ligeira melhoria face ao I Trimestre de 2022, sendo que o Índice do Ambiente Macroeconómico recuperou cerca de 1 ponto percentual, passando de 49% para 50% no II trimestre de 2022.

Segundo a CTA, a melhoria é justificada pela dinâmica da actividade económica suportada pela agricultura e comercialização agrária, a par da estabilidade cambial. Todavia,“prosseguiu neste trimestre a tendência da alta de preços, com a inflação a passar de 6.13% para 6.82% reflectindo basicamente o processo de repassagem do aumento dos preços internacionais de combustíveis e alimentos para o mercado doméstico”.

A informação foi avançada pelo Presidente da CTA, Agostinho Vuma, a quando da apresentação do Índice de Robustez Empresarial.

Indo na avaliação do Índice de Robustez Empresarial (IRE) ao nível nacional, a CTA refere que no II Trimestre de 2022 o sector empresarial apresentou uma tendência de recuperação face ao I Trimestre, passando de 27% para 28%, embora abaixo do esperado.

“O ligeiro alargamento da robustez empresarial a nível nacional foi suportado pelo início da época de comercialização agrícola, bem como ao impulso nas actividades portuárias e de logística, num cenário sem restrições económicas associadas ao combate da covid-19”, justificou Vuma.

Ao nível das províncias, segundo o documento da CTA, Sofala e Nampula são as que tiverem a melhor performance, passando a constar do ‘Top 5’ do desempenho empresarial nacional. Relativamente às tendências de emprego, nota-se que entre o I e II Trimestre de 2022, o Índice de Tendências de Emprego (ITE) registou uma ligeira melhoria de 1.59 pontos, saindo de 115.00 para 116.56.

“Esta tendência do ITE sinaliza que houve aumento das possibilidades de obtenção de emprego em Moçambique no II Trimestre de 2022 em relação a trimestre anterior”, refere o relatório da CTA consultado hoje pelo MZNews.

Na base dos indicadores dos ciclos de contratação, a CTA diz que o ITE foi suportado pelos empregos sazonais, dado que o respectivo índice de disposição a contratar subiu de 15,47% para 23,88%, do I para II Trimestre, enquanto o índice de empregos em tempo integral, praticamente, manteve-se em 25%. Portanto, “esta tendência sugere que as empresas moçambicanas se mostraram mais dispostas a contratar trabalhadores temporários no II Trimestre.

Os resultados são consistentes com a tendência do IRE dado que, grande parte da sua melhoria, foi suportada pela agricultura, comercialização agrícola, sendo que esta última não demanda trabalhadores permanentes”.

Apesar da incerteza em torno da situação de segurança em Cabo Delgado, e ao nível externo pelo prolongamento do impacto do conflito entre a Rússia-Ucrânia, a classe empresarial moçambicana antevê uma tendência de continua melhoria do desempenho empresarial no III trimestre do 2022.