CTA afasta Álvaro Massingue da corrida presidencial

CTA afasta Álvaro Massingue da corrida presidencial

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), a maior entidade patronal do País, através do seu Conselho Directivo, decidiu afastar o actual presidente da Câmara de Comércio de Moçambique (CCM), Álvaro Massingue de concorrer à presidência do órgão para sucessão de Agostinho Vuma.

Através de uma decisão tomada em sessão extraordinária realizada na última quinta-feira (17), referindo a um processo disciplinar n.º 061/CD/2025 e baseado nos artigos, 13º n.º 4 e 31, alínea r) dos Estatutos da agremiação, a CTA refere que Álvaro Massingue “está banido  de todas actividades como membro num período de um ano (12 meses)”, facto que também o veda de participar e concorrer às eleições à presidência da agremiação.

“A sanção implica que durante esse período (de 12 meses), a Câmara de Comércio de Moçambique (CCM) perde o direito de exercício dos seus direitos sociais constantes do artigo 9.º dos Estatutos; aplicar ao Senhor Álvaro Massingue, na qualidade de dirigente máximo da CCM e autor moral e material das infracções apuradas, a sanção de inibição de participação em qualquer processo eleitoral da CTA, por via da CCM ou de qualquer outro membro da Confederação, durante o mesmo período de 12 (doze) meses”, lê-se na nota divulgada pela CTA.

A  medida, de acordo esta entidade patronal, visa preservar a integridade institucional e a equidade do processo eleitoral, impedindo que, tendo actuado “dolosamente para manipular o caderno eleitoral, o arguido beneficie de vias indirectas para contornar os efeitos da sanção disciplinar que lhe é aplicada, em razão de sua conduta pessoal e representativa”.

Recorde-se que, a CTA denunciou, há dias, haver um esquema liderado pelo Álvaro Massingue, na qualidade de candidato presidencial, de manipular o processo eleitoral, através de um esquema de regularização massiva de quotas a mais de 30 associações com fundos de origem obscura.

A acusação da CTA surge após Álvaro Massingue ter anunciado a sua candidatura para liderança da agremiação.

Foi através de uma investigação conduzida pelo Conselho Directivo, desde Novembro do ano passado, que a CTA diz ter constatado pagamentos a várias associações sob orientação directa de Álvaro Massingue, com o propósito de assegurar o apoio eleitoral das referidas associações à sua candidatura à presidência da CTA.

De acordo com a CTA, os pagamentos em causa foram realizados no mesmo dia e pelo mesmo indivíduo, sem vínculo funcional com as associações. Tal como mostram recibos de depósitos a que o nosso jornal teve acesso, com valores que variam de 24 a 50 mil meticais.

O Conselho Directivo da CTA entende ainda que os actos praticados pelo visado configuram infracções graves aos deveres estatutários, sublinhando ainda que a empresa Sotux, Lda, representada por Álvaro Massingue no Conselho Empresarial Nacional, esteve em situação de incumprimento das quotas durante quatro anos consecutivos, só tendo regularizado a sua situação na véspera do início do processo eleitoral.

 

(Foto DR)

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