Consumir frango e outras carnes não é para todos, diz presidente da Indústria Avícola moçambicana

Consumir frango e outras carnes não é para todos, diz presidente da Indústria Avícola moçambicana

O Presidente da Associação Moçambicana da Indústria Avícola (AMIA), Zeiss Lacerda, disse, hoje, que o consumo de frango e outros tipos de carnes não está ao alcance de todos os cidadãos por demandar alguma estabilidade financeira.

“Em relação às carnes, no geral, o comportamento, o consumo, não é para consumidor de baixa renda. Portanto, no geral, em todo o mundo, o consumo de carne exige algum esforço financeiro. Consumir frango, bife, ou outro tipo de produto que seja carne exige algum esforço”, disse Zeiss Lacerda.

Outro factor que limita o consumo é a condição de criação proporcionada às aves de corte.

“A tecnologia que tem de se usar, [além de que] os nossos frangos têm de ficar em casas [pavilhões] luxuosas, e isso tem o seu custo. Portanto, o custo de produção animal é muito mais elevado que a produção vegetal, daí a tendência de as carnes serem mais caras” explicou.

De acordo com Lacerda, o consumo de carnes e seus derivados é deveras limitado até para os produtores rurais porque o custo de produção de proteínas animais é elevado.

“Para bovinos e caprinos por exemplo, a comunidade produz, mas não consome, não faz extracção. Não se mata um caprino ou bovino atoa. Tem de haver uma razão muito forte para que se abata, [e] não porque deu uma vontade de comer carne”, exemplificou.

O responsável falava à Rádio Moçambique no âmbito da indicação de Moçambique como o segundo maior produtor de frango na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral.

Na ocasião, Lacerda explicou que o consumo de frango é flutuante, estando dependente da capacidade de compra dos cidadãos. “Para maior acesso às carnes temos de criar maior capacidade de geração de renda na nossa população”.

Relativamente à venda de frango internacional no mercado nacional, Lacerda disse que para o caso de produtos de origem norte-americana isso se deve a vários factores.

“É por causa dos hábitos de consumo nos Estados Unidos. Há produtos que não lhes interessam consumir por causa da preferência dos seus consumidores. E os outros produtos que não são consumidos são vendidos para outros países a preços abaixo do custo de produção”, explicou.

Disse ainda que o contrabando e fuga ao fisco, em todas as regiões do país, continuam a ser um dos principais factores que tornam os produtos nacionais menos competitivos. O Maláui é um dos países que consegue contrabandear frango vivo para o centro da província do Niassa, e isso representa, igualmente, “um risco sanitário”.

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