Comandante-geral da polícia diz que cinco vítimas de rapto ainda estão em cativeiro

O comandante-geral da polícia disse esta quinta-feira, que cinco pessoas raptadas no primeiro trimestre deste ano no país ainda estão em cativeiro e pede que a corporação trabalhe mais com as comunidades para a denúncia de residências suspeitas.

Nas contas oficiais da polícia citadas pela Lusa, houve registo de “seis casos de raptos no país” no primeiro trimestre e, destes, “temos apenas um caso em que a vítima se encontra no convívio familiar”, disse Bernardino Rafael, durante a cerimónia de apresentação do novo comandante da Polícia da República de Moçambique (PRM) na província de Maputo.

O comandante-geral quer maior empenho dos agentes na localização das vítimas e responsabilização dos raptores, sugerindo, por isso, que cada agente “trabalhe mais com a comunidade na sua área residencial”.

“Na Matola, arredores de Maputo, existem muitas casas que não se sabe a quem pertencem. Durante o dia não fica ninguém, mas à noite aparece lá uma pessoa. Então, temos de trabalhar com a comunidade” para perceber o que se está a passar, referiu Bernardino Rafael.

O responsável referiu ainda que o envolvimento de polícias nos raptos “mancha a corporação”, reiterando que vai “combater energicamente” os agentes infratores.

Cerca de 100 pessoas juntaram-se no sábado, na cidade da Beira, centro do país, numa marcha contra a onda de raptos que atinge empresários e familiares.

Numa avaliação sobre a criminalidade, apresentada no início do mês, a procuradora-geral da República de Moçambique referiu que os crimes de rapto têm vindo a aumentar e os grupos criminosos têm ramificações transfronteiriças, mantendo células em países como a África do Sul.

De acordo com Beatriz Buchili, foram registados 14 processos-crime por rapto em 2021, contra 18 em 2020, mas há outros casos que escapam à contabilidade oficial, sendo que na maioria o desfecho é desconhecido.

A procuradora-geral disse ainda que as “vítimas de rapto” são “constantemente chantageadas” pelos raptores, mesmo depois de libertadas, para lhes continuarem a pagar quantias em dinheiro, agravando o sentimento de insegurança.

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