A missão chinesa Chang’e 5, que partiu a lua há cerca de um ano e meio, afirma ter encontrado vestígios de água nas amostras coletadas de Oceanus Procellarum, uma das regiões mais jovens da Lua.
De acordo com os cientistas os resultados do estudo, publicado na revista científica Nature Communications, mostram que, em média, foram identificadas 30 partes de hidroxila por milhão. “Hidroxila”, composto de um átomo de oxigênio e um de hidrogênio, é o principal “ingrediente” da água.
“Pela primeira vez na história, os resultados de análise de laboratório das amostras entregues e dados espectrais da superfície lunar in loco foram utilizadas em conjunto para examinar a presença, formato e quantidade de ‘água’ no solo lunar”, disse Li Chunlai, cientista planetário da Academia Chinesa de Ciências (NAOC) que assina a co-autoria da pesquisa.
Os investigadores conseguiram identificar pelo menos duas fontes de origem: água trazida pelos ventos solares e outra autóctone.
Os minerais recolhidos pela missão Chang’e 5 têm menos restos de cristal, que os especialistas associam aos ventos solares, uma das possíveis fontes de água na superfície da Lua.
A presença de cristais nestas novas amostras é um terço menor do que a registada nos indícios recolhidos pela missão norte-americana Apollo 11.
Um dos propósitos da missão Chang’e 5 foi justamente investigar a existência de água lunar, um elemento-chave para entender a formação e evolução do satélite natural da Terra.
“Os resultados respondem à questão das características de distribuição e fonte de água na zona de aterrissagem da Chang’e 5 e oferecem uma verdade fundamental para a interpretação e estimativa de sinais de água em dados de pesquisa de análise remota”, disse Li.
Futuramente, as próximas missões Chang’e também se concentrarão na busca e análise de fontes de água na Lua – sobretudo a missão Chang’e 7, prevista para lançamento em algum momento de 2024, que vai investigar o pólo sul do nosso satélite.
Nos últimos anos, Beijing investiu fortemente no seu programa espacial e alcançou marcos como a aterrissagem bem-sucedida de uma sonda no lado oculto da Lua, em Janeiro de 2019, uma conquista que nenhum país havia alcançado.


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