O Presidente da República, Daniel Chapo, defendeu, ontem, segunda-feira (09), uma nova dinâmica nas relações económicas bilaterais entre Moçambique e Eswatini, centrada na integração regional, no investimento mútuo e no fortalecimento do sector privado como motor do crescimento.
Durante um encontro empresarial em Mbabane, que marcou o início da sua visita de trabalho ao país vizinho, o estadista moçambicano sublinhou a importância de remover barreiras ao comércio e atrair investimentos para sectores estratégicos como energia, agricultura, turismo e infra-estruturas.
“Nós, como sector público, a nossa responsabilidade é facilitar negócios, para que o sector privado possa fazer negócios, desbloquear tudo aquilo que serve de bloqueio para negócios, tanto em Moçambique como em Eswatini”, declarou o Presidente Chapo, no encontro que decorreu logo após a chegada a Mbabane.
O Chefe do Estado destacou o vasto potencial de Moçambique no sector energético, com recursos como gás natural, rios, sol e vento, capazes de responder aos actuais desafios regionais no fornecimento de energia eléctrica. “Moçambique é um mar de oportunidades para investir na área da energia”, afirmou, referindo-se a projectos em curso, como a central de 450 megawatts em Temane, na província de Inhambane, e o futuro aproveitamento hidroeléctrico da barragem de Mphanda Nkuwa.
Além da energia, o Presidente moçambicano apontou os sectores do turismo, agricultura, infra-estruturas e digitalização como áreas-chave para a atracção de investimentos e geração de empregos. Sublinhou que “não podemos reparar a crise da energia como uma fatalidade, mas como uma oportunidade de fazer negócio”, defendendo uma visão estratégica partilhada para o desenvolvimento conjunto.
O estadista reiterou que a industrialização do continente é essencial para quebrar a dependência económica em relação ao exterior. “África hoje é a fonte de matéria-prima, e esta matéria-prima, toda ela, é processada fora do continente. Temos que trabalhar para podermos inverter este cenário”, sublinhou. Incentivou o diálogo directo entre empresários para materializar oportunidades de negócio concretas.
A delegação empresarial moçambicana que acompanha o Presidente da República ao Reino de Eswatini é liderada pelo respectivo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Álvaro Massingue, que destacou o fórum como uma plataforma estratégica para redefinir as relações comerciais bilaterais. O líder empresarial apontou o desequilíbrio nas trocas comerciais como um desafio e apelou à construção de uma aliança integrada, baseada na confiança e na partilha de potencialidades.
Do lado de Eswatini, a Câmara de Comércio reafirmou o compromisso em aprofundar os laços económicos com Moçambique, reconhecendo que o comércio entre os dois países tem impacto directo no crescimento económico nacional. A instituição manifestou a convicção de que a cooperação entre governos, empresários e entre empresários e governos pode gerar resultados significativos, tendo igualmente apelado a uma atenção reforçada à segurança nas zonas fronteiriças.
Na sua intervenção final, o Presidente Daniel Chapo destacou que “o crescimento da economia de Eswatini é consequentemente o crescimento da economia moçambicana”, defendendo uma acção conjunta entre os sectores público e privado para remover as barreiras existentes. “Vamos começar a trabalhar num grupo conjunto, sector público de Moçambique, sector privado de Moçambique, sector público de Eswatini, sector privado de Eswatini, para removermos as barreiras e fazermos crescer as nossas economias”, concluiu.
(Foto DR)
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