Campanha eleitoral: Renamo diz que atraso no desembolso de fundos é propositado e vai beneficiar a Frelimo

Campanha eleitoral: Renamo diz que atraso no desembolso de fundos é propositado e vai beneficiar a Frelimo

Os partidos políticos moçambicanos, particularmente os da oposição, criticam a Comissão Nacional de Eleições (CNE) pelo atraso no desembolso de fundos para a campanha eleitoral, que se inicia no próximo dia 24.

Para a Renamo, maior partido da oposição, este atraso é propositado, e vai beneficiar a Frelimo.

Numa publicação da VOA, o chefe do Departamento de Informação da Renamo, Marcial Macome, entende que “o impacto imediato disso é a produção do material de campanha eleitoral”.

“A alocação de fundos para todo tipo de material que faca parte do processo, fica comprometido com esta demora. Nós entendemos que esta demorar é propositada, porque o partido “da cor de sangue” [Frelimo] vive do erário publico e por isso para ele não faz diferença esse valor. Eles estão a produzir os seus materiais”, denunciou.

Acusações partilhadas pela mandatária nacional do MDM, Sílvia Cheia, que se mostra ainda preocupada com este atraso de fundos.

“Nós, como partidos políticos, estamos preocupados. Até este momento não temos os fundos, ainda não há uma previsão concreta de quando esses fundos serão disponibilizados”, referiu.

Enquanto isso, Luís Cossa, do Movimento Patriótico para a Democracia, considera este atraso ser sinal de violação da Lei Eleitoral, pois, esta determina que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) deva disponibilizar os fundos faltando, pelo menos, 21 dias para o arranque da campanha eleitoral”. “Para nós, esta é uma manobra para beneficiar a Frelimo que tem a possibilidade de recorrer a fundos do Estado para financiar a sua campanha eleitoral’’, acusa.

Contudo, Fernando Faustino, da Comissão Política da Frelimo, avançou que a campanha eleitoral do seu partido vai ser fundamentalmente financiada por contribuições dos seus membros.

“Nós estávamos satisfeitos quando a CNE convocou os concorrentes às próximas eleições, porque pensávamos que fosse para dizer quando é que iria começar a disponibilização do dinheiro, que nos faz muita falta para a campanha eleitoral, mas afinal era apenas para falar dos critérios de distribuição. É lamentável’’, realça Marta Uamusse, do partido PANAMO.

Ao abrigo da Lei Eleitoral, a CNE devia ter começado a desembolsar os fundos aos partidos, formações políticas e candidatos a Presidente da República a partir do final de Julho passado, o que não aconteceu, quando faltam pouco mais de 10 dias para o início da campanha eleitoral.

Entretanto, o porta-voz da CNE, Paulo Cuinica, confirmou o atraso no desembolso de 260 milhões de meticais aos concorrentes às eleições gerais de 9 de Outubro, afirmando que a verba ainda não foi transferida pelo Ministério da Economia e Finanças.

 

(Foto VOA)

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