O governador da província de Cabo Delgado, Valige Tauabo, lançou um apelo ao grupo armado, convidando-o a aproveitar o diálogo nacional em curso para, de forma formal, apresentarem aquilo que os inquieta e que os motiva a atacar a província de Cabo Delgado. O apelo surge após os terroristas terem se reunido com crentes numa mesquita na vila de Mocímboa da Praia, na passada terça-feira (07).
“Agora temos oportunidade, com este Diálogo Nacional Inclusivo, de trazermos aqui para ver onde está o problema. Se alguém acha que está prejudicado em alguma coisa, então é o momento de se pronunciar. Se formos moçambicanos, então trazemos estes assuntos à mesa”, disse o governante, sublinhando que a instabilidade provocada pelos ataques terroristas está a travar o desenvolvimento da província e a enterrar o sonho da população local.
As declarações do governador de Cabo Delgado foram proferidas perante os residentes da aldeia de Quelimane, posto-sede do distrito de Mocímboa da Praia.
Valige Tauabo, encontra-se de visita ao distrito de Mocímboa da Praia, que tem sido alvo de sucessivas incursões terroristas. O governante está a reunir-se com a população local com o objectivo de transmitir confiança e apelar a uma maior colaboração no combate ao extremismo violento.
Pelo menos 34 estabelecimentos hoteleiros fecharam as portas na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, na sequência dos ataques terroristas e de desastres naturais que afectam a região desde 2017. De acordo com as autoridades, a situação reduziu a capacidade de alojamento para 125 unidades, com 1971 quartos e 2548 camas.
As agências das Nações Unidas relataram que quase 22 mil pessoas fugiram de três distritos de Cabo Delgado, incluindo Mocímboa da Praia, de 19 a 26 de Setembro, devido ao recrudescimento dos ataques, que em oito anos já provocaram mais de um milhão de deslocados, segundo estimativas oficiais. No final de Julho, os ataques, incluindo a destruição de dezenas de igrejas católicas, provocaram mais de 57 mil deslocados no sul da província de Cabo Delgado, que fugiram para a sede do distrito de Chiúre.
(Foto DR)


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