O Ministério das Infra-estruturas e Habitação recebeu os relatórios da ANAC, ANACOM e IMT que analisam o impacto do corte de energia eléctrica ocorrido no passado dia 28 de Abril nos sectores da aviação, telecomunicações e transportes. Os documentos identificam as consequências do apagão e apresentam recomendações para melhorar a resposta a crises semelhantes no futuro.
O relatório destaca ainda que a NAV, responsável pelo controlo do tráfego aéreo, não interrompeu os seus serviços durante o apagão, e que a ANA, gestora das infra-estruturas aeroportuárias, cumpriu todas as obrigações previstas. Entre as medidas recomendadas estão a revisão dos contratos com fornecedores de telecomunicações, a elaboração de planos de contingência para falhas energéticas e de comunicações, a realização de simulacros conjuntos e a aposta em fontes de energia alternativas que não dependam de combustíveis fósseis.
O relatório recomenda a avaliação da autonomia dos sistemas de energia de socorro, a utilização de fontes renováveis para alimentar os equipamentos críticos, a criação de meios de comunicação alternativos para a gestão de crises, a diversificação das rotas das chamadas 112 e o desenvolvimento de sistemas de alerta à população com tecnologia Cell Broadcast. Também são sugeridos exercícios conjuntos entre operadores e reguladores, monitorização em tempo real das redes e redundância via satélite.
Por sua vez, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) reporta que a integridade das infraestruturas de transporte terrestre e fluvial não chegou a ser comprometida, apesar das perturbações sentidas, sobretudo no setor ferroviário e nos sistemas de metropolitano.
A greve na CP, que paralisou a frota ferroviária, contribuiu para reduzir o impacto do apagão. A falha no fornecimento de energia de tração imobilizou 93 composições, entre metros e comboios, afetando passageiros e mercadorias.
O IMT destaca a necessidade de aumentar a resiliência da rede eléctrica e das comunicações móveis, garantindo autonomia energética mínima para operadores de infraestruturas críticas.
Entre as propostas estão a definição de planos para reposição prioritária de combustível, a revisão da participação dos gestores de infraestruturas no Centro de Coordenação Operacional Nacional, o estudo da instalação de sistemas de armazenamento de energia em veículos ferroviários e a promoção de simulacros frequentes para situações de emergência.
O acesso prioritário a combustíveis para veículos de assistência rodoviária e o reforço da autonomia dos sistemas dos Postos SOS nas autoestradas são outras recomendações. (RTP)
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