“Ambiente macroeconómico de 2022 teve tendência de estagnação” – CTA

“Ambiente macroeconómico de 2022 teve tendência de estagnação” – CTA

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) disse que o ambiente macroeconómico ao longo de 2022, apresentou uma tendência de estagnação.

“Esta tendência foi determinada pela subida da taxa de juro, tendo levado a prime rate do sistema financeiro a atingir os 22,6% em Dezembro corrente. Ou seja, em 2022 tornou-se mais caro para as PMEs honrar com as suas obrigações financeiras junto da banca, bem como contrair novos crédito”, disse Agostinho Vuma, presidente da CTA durante um discurso do briefing de final do ano, havido ontem Maputo.

O responsável máximo da CTA, disse que a inclusão na lista cinzenta da GAFI marcou também uma das preocupações críticas dos empresários, numa altura na qual os raptos continuaram a condicionar o ambiente de negócios.

“As nossas estimativas apontam que esta indústria representa cerca 2,2 mil milhões de meticais até 2022. Este é um montante que, sequencialmente, pode gerar necessidade de lavagem de capitais. Combater os raptos deve fazer parte da matriz anti branqueamento e financiamento ao terrorismo, bem como da melhoria do ambiente de negócios”, afirmou.

Quanto ao desempenho empresarial de 2022, a CTA diz que o mesmo foi afectado por diversos factores, entre outros o eclodir da guerra entre a Rússia e Ucrânia, a continuidade da situação de insegurança em Cabo Delgado.  Contudo, “a contínua retirada das restrições económicas associadas a Covid-19 e a retoma dos parceiros acabou significando um balão de oxigénio para a actividade empresarial”.

No que tange ao Índice de Robustez Empresarial a classe empresarial diz que este teve uma tendência volátil ao longo do ano, cenário que segundo a CTA, associa-se ao facto de Moçambique ter se tornado produtor e exportador de gás natural liquefeito da bacia do Rovuma.

“Uma avaliação geral do Índice, sugere que este melhorou, até o Terceiro Trimestre de 2022, em cerca de 3 pontos percentuais face ao período homólogo de 2021, situando-se em 29%.  As províncias de Sofala e Maputo são as que apresentam o melhor nível de performance.

Em termos de diálogo publico privado, os empresários destacam o anúncio do Programa de Aceleração Económica por parte do governo. Segundo os empresários, o mesmo se inspira nas opções apresentadas pelo sector privado durante a XVII Conferência Anual do Sector Privado.

“Na sequência deste anúncio, a CTA iniciou um trabalho de análise das propostas de reformas que fazem parte do pacote anunciado, tendo até ao momento prominência as reformas fiscais, mormente a revisão do IVA, Pauta Aduaneira e o ICE, bem como a revisão da lei de investimentos”.

Perspectivas para 2023

Para 2023 a CTA refere que “temos elevadas expectativas em relação a implementação efectiva das medidas no âmbito do PAE com destaque para a redução da carga fiscal como mecanismo para dinamizar a recuperação empresarial”.

O pagamento de dívidas é outro problema que os empresários querem que seja resolvido já em 2023. “Como CTA, gostaríamos de ver minimizado os problemas relacionados com o pagamento das facturas atrasadas aos fornecedores e o reembolso do IVA”.

Segundo a CTA as PME’s estão a “sofrer por causa de falta de reembolso do IVA e pagamento de facturas”.

Aliás, diz ainda a CTA que, “a proposta do Plano Económico Social e do Orçamento do Estado para 2023, em nenhum momento faz menção deste aspecto. “Gostaria de ouvir o que o Governo espera fazer relativamente a estes dois aspectos”, concluo.

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